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Neofobia alimentar: saiba o que fazer quando seu filho não come

Por Redação Doutíssima 22/08/2015

Quando os pais oferecem alimentos aos filhos, mas as crianças não aceitam, há quem diga que elas são apenas chatas para comer. No entanto, é preciso ficar atento aos casos de neofobia alimentar. Afinal, conforme estudiosos do departamento de psicologia da Staffordshire University, na Inglaterra, há diferença entre os dois comportamentos.

 

O que é neofobia alimentar

Os pesquisadores dizem que há dois fatores contribuintes para a aceitação ou rejeição de alimentos, principalmente vegetais e frutas: a neofobia alimentar e um comportamento mais seletivo (chato).

neofobia alimentar

A rejeição por alimentos diferentes pode piorar com a insistência dos pais. Foto: iStock, Getty Images

Na neofobia alimentar, a criança é relutante e até evita comer quando há ingredientes novos envolvidos na refeição. Já os chatos para comer evitam apenas aquilo que não conhecem e não têm problemas para ingerir aqueles alimentos com os quais já estão acostumados.

Um artigo publicado por Lilian M. Stein e e Maurem Ramos no Jornal de Pediatria comenta que os hábitos alimentares da família podem ser considerados o principal fator de desenvolvimento da neofobia alimentar. Em segundo lugar, estão as outras interações sociais e culturais na infância.

Essa fobia alimentar é uma grande dificuldade de como fazer com que a criança aceite alimentos variados, dificultando uma refeição equilibrada em nutrientes. Os pequenos desenvolvem um medo de experimentar novos sabores e texturas.

Apesar do ambiente e convívio familiar serem considerados importantes para a neofobia alimentar, um estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition aponta que entre irmãos, o comportamento em relação a diferentes alimentos varia.

A teoria é de que os filhos não recebem tratamento igual dos pais, e mesmo quando esse é muito similar, cada indivíduo tem experiências diferentes a cada situação, desenvolvendo preferências próprias.

Como reduzir a neofobia alimentar

Para o alívio dos pais, essa fobia alimentar é passageira. Mesmo assim, é comum que alguns gostos não se desenvolvam nem na fase adulta, mas é apenas uma questão de preferências.

Um dos fatores comuns na rotina alimentar da família é capaz de piorar a relação da criança com um certo alimento: a pressão. Há muita diferença entre oferecer e insistir para que o filho coma aquilo que ele não quer.

A melhor maneira de lidar com o problema é insistir, mas não verbalmente. A questão é oferecer ou deixar o alimento disponível em diversas ocasiões e perguntar se a criança deseja comê-lo ou não.

Outros hábitos que não ajudam é policiar tudo aquilo que é obrigatório na alimentação. Para os pais, insistir em mais duas garfadas ou ficar calculando milimetricamente o que a criança come pode parecer necessário, mas para o filho é uma situação de repreensão.

Elogiar o que é feito certo é o primeiro passo para o tratamento desse tipo de fobia alimentar. Evitar comentários negativos e o policiamento diminui muito as chances de transformar, aos olhos da criança, as refeições em momentos de tensão.

Por último, as autoras Stein e Ramos aconselham uma educação alimentar, para que as crianças entendam os valores nutricionais e os benefícios ou malefícios daquele alimento no organismo. Aos poucos, a consciência do que faz bem ou não vai abrindo portas para a experimentação.

 

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