Doces, congelados, refrigerantes e embutidos muitas vezes são uma tentação difícil de ignorar. A comida industrializada possui grandes quantidades de açúcar, sódio e conservantes. Em excesso, os ingredientes podem trazer prejuízos à sua saúde. Veja como cuidar os perigos dos alimentos processados.
Riscos da comida industrializada
De acordo com a nutricionista Paula Honda, o primeiro item a cuidar antes de comprar qualquer alimento é o seu prazo de validade, pois é ele que garante a segurança do que você vai adquirir.
Em seguida, é necessário observar a lista de ingredientes. Você encontrará todos presentes no produto, em ordem decrescente de quantidade utilizada na fabricação, ou seja, o primeiro item da lista é o que está presente em maior quantidade e o último item, em menor valor.
“Basta pensar o que se espera daquele item. Por exemplo, se um suco de fruta apresenta açúcar ou água como primeiro ingrediente – antes da fruta – isso significa que ele não é 100% natural”, indica.
A nutricionista indica também a análise da tabela de informação nutricional, que deve obrigatoriamente mostrar o valor energético, quantidade de carboidratos, proteínas, gorduras totais, saturadas, trans, fibra alimentar e sódio presentes em uma porção específica do alimento.
Além disso, a informação nutricional apresenta o chamado percentual de valor diário (%VD), que é o item que indica o quanto o produto apresenta de energia e nutrientes em relação à quantidade total recomendada para um dia alimentar.
Paula aponta que entre os principais ingredientes a evitar na comida industrializada estão as gorduras, óleos, açúcar, xaropes, sacarose, glicose e frutose.
“É importante considerar qual é o tipo do produto analisado e a que o produto se propõe, comparando com outros da mesma categoria. Uma lista de ingredientes com itens conhecidos, que temos em casa ou no mercado, é indicador de produtos mais naturais, próximos ao modo de preparo caseiro”, explica.
Para a profissional, a comida industrializada faz parte da nossa rotina, pois traz conveniência e praticidade. Segundo a nutricionista, ela cabe em uma alimentação saudável.
“Hoje, há no mercado muitas versões que são práticas e com qualidade nutricional. É importante que os consumidores analisem os produtos adquiridos e ainda que cobrem melhorias da indústria, movimento que vem acontecendo de forma intensa nos últimos anos”, observa.
Para possibilitar uma alimentação saudável, o Ministério da Saúde lançou em 2015 o Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos Processados, que reduziu em até 10% o teor de sódio presente em mais de 800 produtos.
Europeus x brasileiros
Este ano, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) comparou a tabela nutricional de 12 produtos alimentícios fabricados tanto no Brasil quanto em quatro países europeus, como Bélgica, Espanha, Itália e Portugal. O resultado apontou que os brasileiros têm, em geral, uma quantidade maior de gordura, açúcar e aditivos na fabricação.
De acordo com Paula, não há como afirmar se os alimentos brasileiros são piores ou melhores que os alimentos europeus. Há uma vasta gama de produtos disponíveis nos mercados, que incluem os de maior ou menor qualidade nutricional, sem que exista um padrão por país ou região.
“Talvez a maturidade do consumidor europeu possa ter guiado a indústria no sentido de inovação em produtos processados com maior qualidade nutricional, mas o movimento é mundial, e nossa indústria tem feito muitas melhorias nos últimos anos, como a diminuição da gordura trans e obrigatoriedade da redução de sódio”, ressalta a profissional.
A European Food Safety Authorith (EFSA) regula os alimentos na Europa, assim como a Food and Drug Administration (FDA) regimenta nos Estados Unidos, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil. “Cada uma das agências tem suas regras e exigências. A indústria tenta se adequar às vontades do consumidor e às obrigatoriedades as leis”, afirma Paula.
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