Clínica Geral

Risco cirúrgico: veja o que fazer antes do procedimento

Por Redação Doutíssima 11/11/2015

A realização de uma cirurgia requer cuidado extremo do médico e do paciente. Afinal, independente do procedimento, o risco cirúrgico sempre existe. Um momento importante para que ocorra tudo bem é o pré-operatório, que envolve a adoção de medidas de preparação e exames para avaliação das particularidades de cada um.

Mas, de fato, o que é preciso fazer e saber antes de se submeter a uma cirurgia?

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Avaliação pré-operatória ajuda a esclarecer quais são os riscos durante a cirurgia. Foto: iStock, Getty Images

Paciente deve conhecer o risco cirúrgico

Chefe de serviço de cirurgia geral e gerente médico da área cirúrgica do Hospital Moinhos de Vento, o médico Artur Seabra explica a importância do momento que antecede a cirurgia. “A avaliação pré-operatória inicia na primeira consulta do paciente com seu cirurgião”, diz.

De acordo com ele, há informações importantes que orientam a necessidade de realização de exames complementares, sejam eles laboratoriais, de imagem ou cardiológicos. Esses fatores incluem faixa etária, doenças clínicas que o paciente eventualmente possa apresentar, cirurgias no passado, uso de medicamentos continuamente, hábitos de vida como atividade física e tabagismo.

Por isso, é primordial a avaliação de cada indivíduo antes do optar pelo procedimento. “Cada informação referente ao passado médico do paciente é importante. Esse histórico poderá orientar a busca pelo diagnóstico, definição de uma proposta terapêutica e cuidados especiais a serem observados, como alergias, uso de medicamentos contínuos e cirurgias prévias”.

Caso o médico decida que a cirurgia é a melhor opção, o indivíduo deve ter conhecimento sobre o risco cirúrgico. “O cirurgião sempre deve esclarecer a seus pacientes o procedimento que será realizado, os principais riscos inerentes ao procedimento ou ao paciente e alternativas terapêuticas”, afirma Artur.

Segundo o cirurgião, o período aproximado de recuperação e os cuidados ao longo do pós-operatório também devem ser abordados pelo médico antes da realização de qualquer cirurgia.

Cuidados antes e depois da cirurgia

Se ficou estabelecida a realização da cirurgia, o paciente deve adotar algumas medidas para não prejudicar o procedimento. Passar determinado tempo em jejum é uma delas. Artur esclarece que o período de jejum necessário no pré-operatório está relacionado ao tipo de cirurgia e de anestesia que serão praticados.

“Exceto cirurgias sob anestesia geral, a recomendação atual é de, no mínimo, seis horas em jejum”, explica o cirurgião. Além disso, ele explica que alguns hábitos são necessários em qualquer caso.

“Alimentação leve, abstinência alcoólica e de tabaco nos dias que antecedem um procedimento cirúrgico são sempre recomendados, independente do que será realizado”, frisa.

Além disso, os cuidados depois da cirurgia são fundamentais. Artur ressalta que o paciente que está no período pós-operatório sempre deve seguir as orientações do cirurgião. “Alimentação equilibrada e sem excessos, procurar hidratar-se com o consumo de bastante água e cuidados com os curativos são orientações gerais que se aplicam a quase todas as cirurgias”, menciona.

O cirurgião acrescenta que, após um procedimento cirúrgico, a atividade física deve ser retomada apenas depois da liberação do médico responsável pela cirurgia.

Cirurgia segura

Para garantir maior segurança aos pacientes em relação ao risco cirúrgico, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou a campanha Cirurgia Segura Salva Vidas. Ela designa a realização de procedimentos de checagem, em especial antes de o médico iniciar alguma cirurgia. Segundo Artur, essa checagem segue o mesmo conceito daquela utilizada na aviação há várias décadas.

“Ela está relacionada à identificação correta do paciente, certificação do tipo de cirurgia que será realizada, marcação do local da cirurgia quando forem procedimentos em que possa haver lateralidade, confirmação de que todos os equipamentos necessários estão disponíveis e cuidados especiais que o paciente possa requerer. Segundo estudos, isso diminui até 30% as complicações pós-operatórias”, explica o cirurgião.

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