No dia 4 de janeiro comemora-se o “Dia Mundial do Braille”. Essa data é celebrada com o objetivo de despertar a atenção da sociedade para os problemas que os cegos e pessoas de baixa visão enfrentam diariamente. O sistema consiste em um sistema de leitura por meio do tato, criado pelo francês Louis Braille.
Braille nasceu em 4 de janeiro de 1809 e aos os 3 anos, provavelmente ao brincar na oficina do pai, feriu-se no olho. A infecção alastrou-se provocando a cegueira total.
Sistema braille: como funciona
Trata-se de um processo de escrita e leitura baseado em 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada. Pode-se fazer a representação tanto de letras, quanto algarismos e sinais de pontuação. A leitura é feita da esquerda para a direita, ao toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo.
A partir da invenção do Sistema Braille, em 1825, seu autor desenvolveu estudos que resultaram, em 1837, na estrutura básica do sistema, ainda hoje utilizada mundialmente. O método se impôs definitivamente como o melhor meio de leitura e de escrita para as pessoas cegas. O Brasil conhece o sistema desde 1854.
Quatro anos antes de criar o método, Louis Braille teve contato com um capitão da artilharia francesa que havia desenvolvido um sistema de escrita noturna para facilitar a comunicação secreta entre soldados, já utilizando pontos em relevo. As alterações promovidas envolveram simplificar os códigos e facilitar esse trabalho, aprimorando-o e permitindo que fosse também utilizado para números e símbolos musicais.
Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, 400 mil pessoas liam em Braille no Brasil, em 2008. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que aproximadamente 7,2 milhões de pessoas possuem deficiência visual no País.
Hoje, o Brasil já se mostra bem evoluído e conta com diversos institutos como o Benjamin Constant e o Dorina Nowill, entre outros, para auxiliar no ensino e programas de capacitação para brailistas (entenda abaixo). Esses institutos também dispõem de vasto material sobre o assunto.
A biblioteca Louis Braille, localizada em São Paulo, conta com 6.159 títulos, entre livros em Braille e audiolivros, além de computadores com programas específicos para a acessibilidade dos usuários.
Fique por dentro dos termos
Entenda os termos usados para quem trabalha com o sistema, segundo o Instituto Benjamin Constant:
Usuário
Diz-se de todo aquele que se utiliza do Braille como sistema básico de leitura
Brailista
Usuário ou profissional que domina com profundidade diferentes aspectos do sistema
Transcritor
Profissional que realiza a reprodução de textos do sistema comum para o Braille
Copista
Denominação genérica do voluntário que realiza serviços de transcrição em cópia única
Revisor
Profissional que realiza a revisão de textos transcritos para o sistema de escrita em relevo.
Consultor
Profissional especialista que domina com profundidade uma ou mais modalidades de aplicação do meio de escrita para cegos e pessoas de baixa visão.
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