Ler é viajar pelo imaginário das palavras. É conhecer histórias, personagens e lugares novos a cada obra lida. Quem tem esse hábito vive trocando de livro de cabeceira. Não é à toa que para muitos é um vício saudável, que leva a buscar cada vez mais experiências diferentes.
No dia 7 de janeiro, é comemorado o Dia do Leitor, em homenagem a fundação do jornal cearense O Povo, criado em 1928 pelo poeta e jornalista Demócrito Rocha. Para celebrar a data, conheça a importância e os benefícios de ler e confira dicas de livros que devem entrar na sua lista de próximas leituras.
Benefícios da leitura
Para Eliana Pritsch, professora do curso de Letras da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), estimular a leitura literária é importante porque a linguagem é trabalhada de forma estética, utilizando imagens e metáforas que ampliam os sentidos do que está escrito.
“Por não ter um significado evidente, o texto literário exige a participação efetiva do leitor para descobrir o que está escondido na entrelinha. O leitor literário estende para o seu cotidiano essa atitude de ler não só o que é evidente”, entende Eliana.
Os reflexos aparecem, por exemplo, na hora de ler uma notícia. Para quem tem essa base, fica mais fácil buscar e entender o que está por trás dela. O resultado é uma visão mais ampla e crítica. Além disso, a professora acredita que a literatura permite que o leitor viva variadas situações e tipos de vidas quando se coloca no lugar das personagens.
Livro de cabeceira: sempre é bom ter um
O hábito da leitura pode iniciar desde a infância, logo quando a criança identifica as primeiras palavras. Veja a seguir as dicas de Eliana para livro de cabeceira em diferentes momento da sua vida:
- Até 10 anos de idade
O bebê pode ser estimulado com livros de pano, de plástico e de capa dura, que vão apresentar uma só imagem por página. Já a criança que começa a sua alfabetização demonstra interesse por ouvir contos de fadas, fábulas e histórias em que a fantasia predomine.
Para a professora, a criança já alfabetizada pode ler por conta própria as histórias que ouvia na fase anterior e também pode ser apresentada aos contos de fadas renovados, que modernizam as histórias ao dar maior destaque para as personagens femininas. É o caso de Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, e Procurado Firme, de Ruth Rocha.
“Com o tempo, a criança vai perdendo o pensamento mágico e apresenta interesse em histórias que mesclem fantasia e realidade: Os meninos da rua da praia, de Sérgio Capparelli, menciona problemas sociais, mas tem uma tartaruguinha como personagem que apresenta essas questões ao leitor”, indica.
- Até 20 anos de idade
Invista em histórias de aventura, terror e suspense – uma constante na preferência dos adolescentes, afirma Eliana. Existem edições dos contos de Edgar Allan Poe reendereçadas ao leitor dessa idade, por exemplo, com ilustrações e diagramação atrativa.
“É a fase em que eles estão procurando construir e afirmar a identidade. Então, livros sobre questões familiares, afetivas, sociais também se tornam atrativos. Podemos citar Lygia Bojunga com Tchau e A corda bamba”, indica.
- Até 40 anos
Para a professora, até os 40 anos deveria ser obrigatória a leitura de Machado de Assis, com uma boa antologia de seus contos e Memórias Póstumas de Brás Cubas, Shakespeare, com Rei Lear, José Saramago com Ensaio sobre a cegueira e Thomas Mann, com A montanha mágica.
- Para qualquer idade
Mas há também aquelas obras que independem da idade. A revolução dos bichos, de George Orwell, é uma delas. Por meio de recursos da fábula, ela alegoriza o debate sobre a organização social. Outra dica da professora é Da amizade e da velhice, de Cícero.
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