Se o seu filho tem dificuldade para pronunciar alguns sons específicos, saiba que ele pode ter dislalia. Embora ele não costume ser identificado pelo nome, esse distúrbio da fala é muito conhecido devido a um personagem infantil: o Cebolinha, da Turma da Mônica.
A boa notícia é que com o tratamento adequado é possível reverter essa situação e conseguir que a criança pronuncie as palavras corretamente.
Entendendo a dislalia
É bastante comum que as crianças tenham um pouco de dificuldade para pronunciar algumas palavras e formulas frases, principalmente quando estão começando a falar. Mas, ainda que normalmente comuns, quando se tornam recorrentes e avançam com a idade, esses erros podem estar indicando algo a mais, como é o caso da dislalia.
Esse distúrbio envolve problemas para fazer sons. Há crianças que substituem letras e fonemas, simplesmente os suprimem ou ainda adicionam mais algum som. Quer alguns exemplos? Ao invés de falar touro, o pequeno pode pronunciar toulo (substituindo o som do r pelo do l) ou então falar nana ao invés de banana (suprimindo a sílaba ba).
Se ainda assim você estiver com dificuldades para visualizar do que se trata, basta lembrar do Cebolinha, que nos quadrinhos sempre faz o que o primeiro exemplo indica e troca o r pelo l. É importante saber que esse distúrbio não costuma afetar a fala em geral – apenas alguns sons em particular.
Ainda há poucos estudos sobre as causas exatas dessa desordem, mas médicos costumam concordar que não há relação com problemas neurológicos. A crença geral é que a dislalia é decorrente de problemas nos órgãos responsáveis pela fala, perda de audição ou disfunções de aprendizagem.
Como saber se meu filho sofre desse distúrbio?
Em primeiro lugar, você deve estar consciente de que quando as crianças começam a falar é possível que alguns erros ocorram. Ou seja, nada de desespero porque o seu filho não acertou uma ou outra pronúncia. A situação muda de figura se isso passar a ser mais contínuo e recorrente. Quando isso acontece, a dica é procurar um fonoaudiólogo.
Conduzido por pesquisadores mexicanos, um estudo publicado na Revista Médica del Instituto Mexicano del Seguro Social buscou entender quais eram as principais manifestações desse problema em crianças de quatro a seis anos de idade.
Eles concluíram que a alteração de sons era a manifestação mais comum, seguida da omissão e da distorção de fonemas. Em adolescentes de oito a 16 anos, um levantamento realizado por cientistas colombianos concluiu que há uma forte relação entre o problema da mordida aberta anterior e a ocorrência de dislalia.
Os números apontam que 77,8% dos que tinham o primeiro apresentaram também o segundo. Além disso, eles observaram que nesses casos a distorção era a manifestação mais frequente (75,8%). Os resultados foram publicados na revista BMC Oral Health.
É importante que os pais comecem a ter atenção a partir dos três anos de idade, que é quando as crianças timidamente começam a querer formular as primeiras fases. Caso você note algum desses sintomas, é mais do que recomendável levar seu filho a um fonoaudiólogo e tenha certeza de que está tudo certo.
Caso não haja um problema médico subjacente, esse profissional ensinará seu filho a pronunciar corretamente os sons. Se for notada uma causa orgânica, ele também será encaminhado para o tratamento correspondente adequado – muitas vezes uma pequena cirurgia já é capaz de resolver o problema.
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