Seu bebê vive chorando de cólicas e você não sabe mais o que fazer? Uma saída aos medicamentos tradicionais são os remédios fitoterápicos. A polêmica funchicórea, por exemplo, é uma das alternativas.
Proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2012, por não ter efeitos terapêuticos comprovados e por suspeitas de fórmulas com proporções maiores de algum de seus compostos, ela foi novamente liberada pelo órgão fiscalizador um mais tarde, em 2013.
Usos da funchicórea
Hoje a funchicórea pode ser encontrada normalmente em farmácias especializadas. Apesar de não existirem estudos clínicos que mostrem evidência da eficácia e da segurança oferecidas, a presidente da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (Sobrafito) Maria Fátima de Paula Ramos entende que ele pode ser uma boa alternativa.
“O medicamento é usado tradicionalmente no Brasil, com relativa segurança, há 70 anos. É possível que tenha sido útil em muitos casos. A dor pode ser aliviada por açúcar, existe documentação científica que ateste isso. E na composição da funchicórea encontramos a sacarina”, explica.
Ela cita ainda a chicória e o funcho, presentes no fitoterápico e com ação antiespasmódica comprovada. A primeira, por exemplo, pertence à família das Compositae, como a alface e a escarola, define a especialista, e é fonte de vitamina A, complexo B, C e D, assim como sais minerais.
A planta é nativa da Europa e da Ásia, posteriormente cultivada em todo o mundo, e é utilizada também na alimentação. Já o segundo é da família das umbelíferas e pode ser usado para saladas e chás.
O composto é feito ainda de ruibarbo em pó, planta comestível com poderoso efeito estimulante e também digestivo, que tem como principal uso a medicina fitoterápica. Além deles, fazem parte da mistura excipientes, carbono e magnésio.
Medicamentos convencionais x fitoterápicos
Conhecidas as propriedades da funchicórea, ainda fica aquela dúvida: como saber quando usar medicamentos convencionais ou fitoterápicos? Os primeiros, segundo Antonio Carlos Seixlack, médico e membro Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT), isolam o princípio ativo, que pode ser derivado de um vegetal, mineral ou mesmo o veneno de um animal. Estes são, portanto, mais concentrados.
Já os considerados fitoterápicos, conforme definição da Anvisa, são os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais. “Eles têm na sua composição várias moléculas que podem disputar o mesmo sítio de ação, isso pode levar numa queda na eficácia e eventualmente pode ser menos tóxico”, finaliza Seixlack.
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