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Exterogestação: o desenvolvimento fora do útero

Por Redação Fortíssima 02/02/2016

Um bebê canguru permanece junto à mãe até que sua exterogestação esteja completa e ele seja capaz de se desenvolver por conta própria. No entanto, há quem acredite que o mesmo acontece com bebês humanos, que precisariam de um período de gestação exterior não apenas como questão sentimental, mas também como forma de desenvolvimento.

Como funciona o conceito de exterogestação?

Os bebês humanos nascem mais cedo do a maioria dos mamíferos – tanto que a maioria dos animais já consegue se mover de forma independente pouco depois do parto. É justamente por isso que psicólogos evolucionistas e antropólogos dizem que, até que a criança consiga se mover por conta própria, ela está em processo de exterogestação.

Nesse período, o bebê se desenvolve como se estivesse no útero e é muito mais dependentes do que em outros momentos. Cabe aos pais respeitar essa dependência e deixar que o crescimento aconteça em ritmo próprio. Segundo uma pesquisa publicada na revista Evolutionary Psychology, assim elas serão mais independentes na vida adulta. 

Para compreender a natureza indefesa de um recém-nascido, basta observá-lo. Ele precisa de calor e alimento, não pode se mover para longe do perigo ou usar palavras para se comunicar. É constantemente desafiado a usar seu sistema nervoso para descobrir o espaço e sua relação com ele, a respirar por conta própria, comer e digerir.

Os pequenos passam por uma transformação que não é instantânea, mas gradual, durante seu primeiro ano de vida. A melhor forma para ajudá-los a passar por ela é o contato físico com a mãe.

A presença física da mãe é necessária para auxiliar na regulação do desenvolvimento do bebê. Uma das melhores formas para fazer isso é carregá-lo nos braços, o que naturalmente intensifica a relação entre ambos. É a partir desse lugar seguro que os pequenos aprendem sobre o desconhecido.

Quando os pequenos estão em estado calmo e ao mesmo tempo alerta, em contato com uma pessoa tão familiar, cria-se o ambiente ideal para observar e processar tudo que acontece ao redor. São essas oportunidades que criam as faíscas para os neurônios do cérebro crescerem e se ramificarem com os demais.

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O conexão entre mãe e bebê é importante não apenas durante a gestação. Foto: iStock, Getty Images

O que é necessário nessa fase?

O toque é tão importante nesse estágio que a falta dele permite que grandes quantidades do hormônio do estresse seja liberado. Os altos níveis de cortisol no sangue impactam negativamente o crescimento, além de diminuir a função imunológica.

Uma pesquisa da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, relatou que macacos separados de suas mães por um breve período de tempo já param de produzir leucócitos para combater infecções. Reunidos com elas novamente, seu sistema imunológico volta ao normal.

Mantendo contato com a mãe, o bebê assegura que tudo está bem, através de mensagens que recebe pelo tato. Isso o ajuda a maximizar sentimentos de alegria, felicidade e outras emoções positivas, contribuindo ainda para a saúde mental ao longo da vida.

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