Como se define um padrão de beleza? No ambiente virtual, a resposta mais recente está ligada a uma disputa para ver quem tem o corpo mais enxuto. Criado na China, o desafio da cintura A4 – ou #A4Waist, conforme é referido na web – propõe que as mulheres coloquem uma folha de papel em frente à cintura e comparem as medidas.
A tendência começou na Weibo, uma das principais redes sociais chinesas, e agora chega ao Instagram. O propósito é compartilhar uma imagem mostrando que a sua cintura não ultrapassa o tamanho do papel, equivalente a 20 centímetros.
Com a repercussão da proposta, sobraram críticas. A principal delas está relacionada ao culto que se cria em torno da magreza excessiva, responsável por definir como ideal um corpo que costuma estar distante da realidade feminina.
Críticas ao desafio da cintura A4
Aparentemente inofensivo para alguns, o desafio da cintura A4 passou a ter desdobramentos mais sérios quando foi detectado seu potencial de produzir uma imagem irreal e distorcida sobre o corpo da mulher. Vale lembrar que muitas meninas acabam doentes na busca pelo físico considerado perfeito.
No Brasil, estima-se que distúrbios alimentares como bulimia e anorexia afetem 100 mil adolescentes, 90% do sexo feminino. Essas doenças também têm uma elevada taxa de mortalidade, em torno de 20%. O índice supera até mesmo o número de mortes por câncer de mama.
Não é à toa que muitos internautas fizeram questão de demonstrar seu posicionamento contrário ao desafio da cintura A4. Ao invés da folha, os críticos se manifestaram publicando imagens com seus diplomas universitários. Uma maneira de provar que o aspecto físico não é o mais relevante para todos.
Como forma de manifestação contra o desafio, algumas usuárias das redes também fizeram questão de compartilhar imagens segurando cartolinas ou mesmo folhas A4 em frente à cintura, maior que os papéis. As fotos aparecem ao lado de junto de mensagens como “Ame-se e respeite o seu corpo”.
Outras usuárias decidiram frisar que não têm uma cinturinha de pilão, mas que são felizes e saudáveis. A principal crítica é que o #A4WaistChallenge dita expectativas irrealistas sobre os corpos femininos. E precisa parar.
O perigo das dietas muito restritivas
Outra preocupação que vem à tona diante do desafio da cintura A4 é o incentivo às dietas da moda, normalmente muito restritivas. O resultado é uma ditadura da beleza que impõe um padrão inalcançável para a maioria das pessoas. A endocrinologista Andressa Heimbecher relembra alguns dos perigos dessas restrições.
De acordo com ela, o principal problema é que a maioria dessas dietas priva o organismo de nutrientes essenciais, como vitaminas e sais minerais. A falta de substâncias como sódio, potássio, selênio, zinco, fósforo, cálcio e magnésio pode levar a problemas nos intestinos, incluindo cólicas intestinais, vômitos, diarreia e até arritmias cardíacas graves.
“A perda de peso deixa de ser saudável quando a pessoa fica desnutrida”, afirma Andressa. Por isso, quando o objetivo é emagrecer, o indicado é conversar com um nutricionista. Ele poderá reduzir as calorias da alimentação de forma proporcional, sempre respeitando as suas preferências e sem restringir grupos de alimentos.
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