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Síndrome de Rokitansky provoca alterações no útero e vagina

Por Redação Fortíssima 21/04/2016

Rara, a Síndrome de Rokitansky é uma doença congênita que provoca alterações no útero e na vagina, o que permite que eles não se desenvolvam ou apresentem má-formação. De acordo com as estatísticas, o problema atinge uma em cada cinco mil mulheres no mundo.

Para as portadoras, a condição vem acompanhada de desafios físicos e psicológicos. É o exemplo da grega Joanna Giannouli, que trouxe o assunto para debate. Hoje com 27 anos, ela descobriu ser portadora da síndrome aos 15 e sentiu na pele o preconceito. O assunto foi banido em sua casa por cinco anos. Além disso, aos 21 anos ela foi largada pelo noivo por conta do problema. 

Sintomas da Síndrome de Rokitansky

Para Joanna, a descoberta da síndrome teve relação com um dos sintomas iniciais: a ausência de menstruação. Quando ela completou 14 anos, a mãe decidiu consultar um médico para verificar se havia algo errado. Foi então que a menina descobriu que não tinha canal vaginal e era portadora da Rokitansky.

Além da falta de menstruação, a doença crônica possui outros indícios que podem se manifestar simultaneamente ou não. São eles dor abdominal recorrente, dificuldade para manter o contato íntimo, dificuldade para engravidar, incontinência urinária, infecções urinárias frequentes e problemas na coluna, como escoliose.

É importante ressaltar que as alterações fisiológicas podem variar entre os pacientes. Diante dos sintomas, porém, é fundamental consultar um ginecologista e realizar o exame de ultrassonografia pélvica, que poderá diagnosticar o problema. Uma vez detectada, a doença tem tratamento.

Lidar com as questões fisiológicas da Síndrome de Rokitansky, porém, é apenas parte da cura. Talvez difícil mesmo seja enfrentar o estigma da condição. Para Joanna, o mais doloroso foi o abandono do parceiro devido à doença. Os relacionamentos instáveis que teve por conta da síndrome também lhe causaram depressão, ansiedade e ataques de pânico.

Por se tratar de uma condição pouco comentada, Joanna teve dificuldades em encontrar grupos de apoio ou qualquer pessoa com quem pudesse conversar sobre o assunto, o que dificultou o tratamento. É por isso que, atualmente, ela incentiva que as portadoras se expressem e conversem sobre isso, para dar força umas as outras.

No Brasil, também há poucos casos relatados abertamente sobre a Síndrome de Rokitansky. Ainda assim, é possível encontrar páginas no Facebook e blogs criados para que as portadores possam compartilhar histórias.

Síndrome de Rokitansky

Síndrome de Rokitansky atinge 1 em cada 5 mil mulheres no mundo. Foto: iStock, Getty Images

Tratamento da Síndrome de Rokitansky

Embora seja classificada como doença crônica, a Síndrome de Rokitansky pode ser contornada.  Nos casos mais leves problemas na vagina, o médico pode recomendar o uso de dilatadores vaginais de plástico, que ajudam a esticar o canal vaginal, permitindo que a mulher mantenha o contato íntimo com tranquilidade.

Já nos casos mais severos, como o de Joanna, a alternativa é a utilização de cirurgia para corrigir o canal da vagina e transplantar o útero, caso a mulher tenha o desejo de engravidar. Depois do tratamento, não é totalmente garantido que será possível ter filhos, mas as técnicas de reprodução assistida oferecem chances.

E aí, conseguiu esclarecer suas dúvidas sobre a Síndrome de Rokitansky? Opine sobre o artigo!