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Uso de protetor solar infantil reduz em 40% o risco de câncer de pele na idade adulta

Por Debora Stevaux 28/01/2019

Um estudo publicado em setembro de 2018 no periódico científico Journal of the American Medical Association Dermatology (JAMA Dermatology) apontou que o uso de protetor solar infantil reduz em 40% os riscos de câncer de pele na idade adulta. Pesquisadores australianos reuniram dados coletados de 1.700 crianças entre os anos de 2001 e 2005 e identificaram uma relação direta entre o uso de fotoprotetor e a queda do risco de desenvolverem melanoma, tipo mais perigoso de câncer de pele.

Pesquisadores australianos mostraram que o uso diário de protetor solar infantil é determinante para evitar a doença. Veja também como fazer o exame dermatológico em casa. (Foto: iStock)

A infância é um dos períodos de maior vulnerabilidade aos efeitos cancerígenos da radiação ultravioleta. “Desde muito cedo as crianças começam a desenvolver pintas e manchas grandes, que são um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele. Porém, mesmo que o dano já tenha surgido, a necessidade de proteção solar se mantém. Isso porque o dano solar é cumulativo e a aplicação do protetor ajuda a prevenir lesões pré-cancerosas”, explica o pesquisador em Cosmetologia Lucas Portilho, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma.

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Causa e prevenção do câncer de pele

Mesmo que a principal causa do câncer de pele seja a predisposição genética, a exposição ao sol sem proteção adequada também influencia no surgimento da doença. “Por isso é necessário o uso de filtro solar diariamente, independentemente da estação do ano ou do clima, já que, mesmo em um dia totalmente nublado, 80% da radiação UV consegue atravessar as nuvens”, alerta a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia.

O diagnóstico de câncer de pele assusta, é verdade. Mas as chances de cura podem chegar a 90% quando o diagnóstico é feito precocemente. O próprio paciente pode fazer o autoexame dermatológico para identificar alguma anormalidade.

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“Podemos realizar esse procedimento uma vez por mês, na frente do espelho e de preferência com luz natural, para verificar o surgimento de alguma mancha, relevo ou ferida que não cicatriza”, aconselha Claudia. Veja abaixo suas dicas para fazer o exame de câncer de pele em casa.

8 dicas para fazer o exame dermatológico de câncer de pele em casa

  1. Examine seu rosto, principalmente o nariz, lábios, boca e orelhas.
  2. Para facilitar o exame do couro cabeludo, separe os fios com um pente ou use o secador para melhor visibilidade. Se houver necessidade, peça ajuda a alguém.
  3. Preste atenção às mãos e também entre os dedos.
  4. Levante os braços para olhar as axilas, antebraços, cotovelos, virando dos dois lados, com a ajuda de um espelho de alta qualidade.
  5. Foque no pescoço, peito e tórax. As mulheres também devem levantar os seios para prestar atenção aos sinais onde fica o sutiã. Olhe também a nuca e por trás das orelhas.
  6. De costas para um espelho de corpo inteiro, use outro para olhar com atenção os ombros, as costas, nádegas e pernas.
  7. Sentada, olhe a parte interna das coxas, bem como a área genital.
  8. Na mesma posição, olhe os tornozelos, o espaço entre os dedos e a sola dos pés.

De acordo com a dermatologista, esse tipo de cuidado de rotina, principalmente para quem tem muitas pintas na pele, aumenta as chances de um diagnóstico precoce. “Para saber se uma lesão é mais preocupante, normalmente é usada a regra do ABCD (Área, Borda, Cor e Diâmetro) sobre as lesões. Dividimos a lesão em quatro partes iguais e comparamos os quadrantes observando a simetria e se ela apresenta diâmetro acima de 6 milímetros”, comenta a Dra. Claudia.

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No caso de irregularidade na pele da criança ou do adulto, não hesite em procurar um dermatologista. “Qualquer lesão que coce, doa ou sangre e que aumente de tamanho com rapidez ou apresente sensibilidade precisa ser examinada por um dermatologista, que fará então uma dermatoscopia manual ou digital, avaliando a necessidade de realizar a retirada cirúrgica da lesão”, finaliza a especialista.