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Está com excesso de trabalho? Saiba por que isso é perigoso

Por Francine Costanti 15/05/2019

Depois de passar o dia inteiro no trabalho, você chega em casa e ainda checa seus e-mails?  Vive preocupada com as tarefas do dia seguinte e anda se sentindo mais cansada do que o normal? Isso pode ser sinal de que está trabalhando demais!

Para levar a vida em equilíbrio é importante saber separar os momentos pessoais dos profissionais e conseguir se desligar completamente do trabalho no fim do dia. Se não estiver conseguindo fazer isso e está ficando sem tempo até mesmo para a sua família, seus amigos e seus hobbies, é hora de prestar atenção e cuidar de você.

Excesso de trabalho

Ansiedade, depressão e estresse são alguns dos transtornos causados pelo excesso de trabalho. Foto: iStock

Dr. Yuri Busin, psicólogo, doutor em neurociência do comportamento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e diretor do Centro de Atenção à Saúde Mental – Equilíbrio (CASME), conta quais são os indícios de que a pessoa está trabalhando demais e aponta dicas para restabelecer o equilíbrio.

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Sintomas do excesso de trabalho

“Existem alguns transtornos que podem ser causados pelo excesso de trabalho, como ansiedade, depressão, estresse, síndrome de burnout, entre outros. Cada um desses transtornos irá afetar o indivíduo de forma diferente, mas de forma geral é preciso prestar atenção ao nível de sofrimento que se está tendo a partir do excesso de trabalho. Caso perceba que existem prejuízos a si mesmo, é fundamental buscar a ajuda de um psicólogo”, revela.

O especialista conta que boa parte das pessoas ignora ou menospreza os sintomas apresentados, o que pode gerar ainda mais problemas: “Nas empresas, muitos gestores acreditam que algumas coisas são besteira, como se a pessoa não quisesse trabalhar e estivesse fazendo ‘corpo mole’. Mas é de extrema importância que todos entendam que se trata de uma questão de saúde. Não faltam tratamentos para problemas desse tipo – o que ainda falta, muitas vezes, é informação”.

A Síndrome de Burnout

Também conhecida como a Síndrome do Esgotamento Profissional, a Síndrome de Burnout

é um estado físico, emocional e mental de exaustão extrema devido ao excesso de tarefas ou de stress no trabalho. Essa síndrome é comum em profissionais que atuam sob pressão, como médicos, enfermeiros, jornalistas, professores e policiais, dentre outros.

“O indivíduo que sofre desta síndrome tem o desejo de demonstrar alto desempenho em tudo o que faz. A sua autoestima é mensurada pela capacidade de realização e sucesso. No entanto, quando esse desempenho não é reconhecido ou não é possível, esse desejo de realização se transforma em obstinação e compulsão”, explica Dr. Yuri.

Os sintomas, no entanto, não são apenas comportamentais. Podem surgir sinais físicos como fadiga, exaustão, dores de cabeça, taquicardia, tontura, problemas digestivos e falta de apetite, normalmente combinados.

Como o problema pode resultar em um estado de depressão profunda se não tratado, é fundamental procurar apoio profissional ao surgimento dos primeiros sintomas.

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Diferenças entre Burnout e estresse

O psicólogo aponta que o estresse é caracterizado pelo desgaste usual que ocorre no dia a dia da pessoa, em que ela é forçada a enfrentar diferentes situações que a irritam, amedrontam, confundem ou até mesmo a deixem alegre. Ou seja, são situações que geram emoções fortes e não são necessariamente ruins.

Já a síndrome de Burnout é uma resposta do organismo a esse estresse prolongado relacionado ao ambiente de trabalho, que não foi solucionado ou evitado de alguma forma. O Burnout pode ser confundido com outros transtornos, como ataque de ansiedade ou pânico. Por isso, é importante consultar um médico para o diagnóstico preciso do problema.

Como lidar com o problema? 

“A primeira medida ao identificar um desses problemas relacionados ao excesso de trabalho é se voltar um pouco para si mesmo e refletir sobre sua situação e o que você quer da vida, colocando o seu bem-estar como prioridade. Em seguida, é fundamental buscar um profissional para ajudar a entender o que está ocorrendo e buscar soluções”, afirma Dr. Yuri.  

Além disso, nada de usar a falta de tempo como desculpa para não descansar e praticar atividades físicas e sociais. Lembre-se sempre de que esses momentos não são luxo: eles são necessários para qualquer pessoa se manter saudável. Por fim, avalie a possibilidade de realizar mudanças no seu estilo de vida e de propor uma nova dinâmica para as suas atividades diárias e suas metas profissionais.