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Saiba o que causa a celulite infecciosa e como tratá-la

Por Francine Costanti 17/05/2019

Muitas mulheres ainda se incomodam com as famosas celulites que aparecem – geralmente depois da puberdade – em várias partes do corpo. Mas você já ouviu falar sobre a celulite infecciosa? Diferentemente da primeira, que deixa um aspecto de casca de laranja, o trauma infeccioso é causado por bactérias que penetram na pele através de feridas, cortes ou até micose nos pés.

Pedimos para que a Dra. Aline Lamaita, cirurgiã vascular e angiologista e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, esclarecesse algumas dúvidas sobre o problema.

Celulite infecciosa

O trauma na pele é um processo infeccioso, causado por uma bactéria. Foto: iStock

Qual é a diferença da celulite para a celulite infecciosa?

“A lipodistrofia ginóide (popularmente conhecida como celulite) é caracterizada por irregularidades naturais da pele causadas pelo modo como a gordura e o tecido fibroso se organizam. Encontra-se usualmente nas nádegas e partes posteriores das coxas. Já a celulite (infecciosa) é um processo infeccioso, causado por uma bactéria”, explica.

O que causa a celulite infecciosa?

A celulite é um processo infeccioso e bacteriano que acontece no tecido de gordura abaixo da pele. “Ela pode acontecer em qualquer situação em que uma bactéria rompe a barreira da pele, geralmente por uma lesão, e encontra um sistema imunológico incapaz de combatê-la, levando a uma proliferação no local”.

Como ela se manifesta na pele?

Geralmente, a bactéria entra pelo que chamamos de porta de entrada, ou seja, uma ruptura na barreira da pele. “Áreas de micose, picadas de inseto, machucados e pelos encravados são as portas mais comuns. Pacientes com lesões crônicas na pele como disidrose ou psoríase ou com baixa imunidade são mais propícios a pegar a infecção”, conta a médica.

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Quais são os sintomas?

Na maioria dos casos ela se manifesta por vermelhidão, aumento de temperatura local e dor. Edema também pode estar presente e pode acontecer em qualquer parte do corpo.

Como prevenir?

Caso você se corte por acidente, é fundamental que lave as feridas com água e sabão e enxugue bem com uma toalha em seguida. “Além disso, se sofrer com onicomicoses, micoses interdigitais e de unha, é essencial que consulte um dermatologista para realizar o tratamento adequado, pois estas fissuras que se formam nos vãos dos dedos dos pés também são portas de entrada para as bactérias causadoras da doença”, afirma Dra. Aline.

A médica alerta que o mais importante é consultar um clínico-geral ou cirurgião vascular ao notar qualquer sinal de erisipela ou celulite infecciosa. Apenas ele poderá realizar uma avaliação e indicar o melhor tratamento para o seu caso.

“O ideal mesmo é prevenir as portas de entrada, com higienização adequada dos pés para evitar frieiras, hidratação da pele para melhorar a barreira e evitando manipulação de machucados, espinhas e picadas de insetos. Também é preciso reforçar o sistema imunológico com alimentação rica em fibras, frutas e verduras, que, além de serem ricas em vitaminas e oligoelementos, trabalham para uma boa função intestinal”, orienta.

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Quais tratamentos são os mais indicados?

Nos casos mais leves, o tratamento da celulite infecciosa pode ser feito em casa e os antibióticos são tomados na forma de comprimidos. Em casos mais graves, o paciente é internado no hospital e os antibióticos são ministrados diretamente na veia. O médico também pode receitar analgésicos e antitérmicos para reduzir a dor e a febre.

“Normalmente os sintomas melhoram em 10 dias após o início do tratamento. Mas, para ajudar, é importante que o paciente repouse e mantenha o membro afetado elevado durante 30 minutos três vezes ao dia para diminuir a dor e o inchaço, além de manter a área infectada sempre limpa”, completa a médica.