A depressão atinge cada vez mais pessoas pelo mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a incidência cresceu 18% entre 2005 e 2015. A estimativa é de que, hoje, mais de 300 milhões de indivíduos de todas as faixas etárias sofram com os males da doença.
O psicólogo clínico Dr. Moisés Rodrigues da Luz destaca os sintomas da depressão: “O paciente começa a ter ausência de energia para executar tarefas básicas, como tomar banho, escovar os dentes e se alimentar. A autoestima fica totalmente baixa, há pensamentos do tipo “quero morrer” ou “não sirvo para nada”, cansaço e fadiga constantes, dores nas panturrilhas, sono ou insônia e, dependendo do grau e nível de estresse, alguns casos apresentam compulsividade por comida e falta de motivação”.
Mas é possível confundir a depressão com tristeza profunda, que pode ser provocada por alguma situação momentânea de sofrimento ou perdas recentes, como desemprego, morte de entes queridos e término de relacionamento. “Nesse caso, o indivíduo geralmente sente um aperto no coração, angústia e choro constante”, explica o especialista. A fase deve durar, no máximo, dois meses. Após esse período a pessoa vai retomando aos poucos sua rotina e ritmo normais.
Ambos os sintomas precisam de tratamento?
Tanto a tristeza como a depressão são dignas de tratamento, pois ambas passam a ser patológicas a partir do momento em que o paciente adota comportamentos inadequados que possam trazer riscos a ele ou a quem vive ao seu redor. “Infelizmente, na nossa cultura a terapia só é procurada quando o indivíduo já se encontra com um problema mais profundo. O ideal seria fazer um trabalho preventivo, de análise, buscando a saúde mental, o bem-estar e o autoconhecimento”, explica.
O que fazer para melhorar os sintomas da tristeza?
Para ajudar nos momentos tristes é preciso mudar alguns hábitos simples e que podem fazer toda diferença no processo de cura. “Não existe fórmula ou receita de bolo para se acabar com a tristeza, mas sabe-se que o oposto da tristeza é a alegria, e sendo assim qualquer atividade que coloque o indivíduo em contato com o prazer pode fazer efeito. Ouvir músicas alegres, assistir a um filme de comédia, pintar um quadro e, obviamente, uma terapia com um bom profissional também ajudarão muito”, afirma o psicólogo.
Buscar ajuda é o segredo para se livrar da depressão
Quais são os primeiros passos caso haja suspeita de depressão?
Dr. Moisés orienta para que o primeiro passo seja procurar ajuda e marcar consulta com um médico clínico-geral. “Hoje em dia os médicos têm uma visão multidisciplinar e, se for um bom profissional, vai identificar facilmente se o problema é físico ou emocional e saberá encaminhar para a especialidade mais adequada”.
Como lidar com alguém próximo que está com depressão?
Percebeu que uma pessoa próxima apresenta os sintomas citados aqui? O psicólogo alerta para uma atenção redobrada e destaca o fato de algumas pessoas acharem que a pessoa está “com frescura”. “Jamais ache que é uma bobagem e não diga coisas que possam colocá-la ainda mais para baixo. Incentive-a a buscar ajuda e, acima de tudo, dê muito amor e carinho”.
Como o parceiro pode ajudar alguém com depressão
Todo mundo que sofre de depressão deve tomar remédios?
Essa é uma das maiores dúvidas durante o tratamento contra a doença. “Se realmente for diagnosticada, o uso de medicamentos se faz necessário para que o quadro seja revertido mais rápido. Se o paciente é acompanhado por um psiquiatra e um psicólogo, a melhora e a cura podem vir mais rápido ainda”, explica.