Cada contexto sócio histórico produz suas doenças específicas. A modernidade vem com tudo na produção de seus transtornos de ansiedade, câncer, doenças do aparelho circulatório, etc.
As “doenças da modernidade” são as que mais matam no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde (OMS), o perfil nacional da mortalidade modificou-se durante os últimos anos, evidenciando que atualmente as doenças do aparelho circulatório em associação com vida agitada nos grandes centros urbanos, sedentarismo, estresse, alimentação desregrada e consumo exacerbado de fumo e bebidas alcoólicas, estão em primeiro lugar no ranking, sendo as responsáveis pelo maior número de óbitos de indivíduos de ambos os sexos na atualidade.
Estatísticas
Segundo informações da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), na década de 30, as doenças infecciosas e parasitárias (tuberculose, diarreias, malária, entre outras) correspondiam a aproximadamente 46% das mortes em capitais do país. Em 2003 verificou-se que essas doenças correspondiam a apenas 5% das causas de morte no Brasil.
A doença do sistema circulatório responsável pelo maior número de óbitos é o acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame. No ano de 2005, essa representou 31,7% das causas de morte por problemas circulatórios no Brasil e 10% das mortes totais do país. Ainda dentre as doenças vasculares, a doença isquêmica do coração representa a segunda maior causa de óbitos no Brasil, em especial, o infarto agudo do miocárdio. Foi contabilizado que no ano de 2005, 84.945 pessoas morreram em decorrência de infarto no país. Avaliando-se as 10 primeiras causas de mortes no país, encontram-se mais duas causas de etiologia circulatória.
Em segundo lugar, foi observado que o câncer é a segunda doença que mais mata no Brasil. No ano de 2005, foram registradas muitas mortes em decorrência de neoplasias malignas, representando 16,7% dos óbitos totais do país. Embora fatores genéticos também possam estar implicados no surgimento do câncer, o estilo de vida e formas de se relacionar e lidar com sentimentos, o ritmo de vida acelerado, assim como hábitos alimentares, sedentarismo, uso de fumo, álcool, entre outros, podem contribuir para o desenvolvimento do câncer e também de outras doenças características da modernidade.