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Aborto espontâneo: como agir em caso de aborto ?

Por Redação Doutíssima 21/01/2014

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Aborto espontâneo: como agir em caso de aborto ?

O aborto – conhecido na medicina como a expulsão espontânea de um embrião ou feto do útero antes que este tenha se desenvolvido o suficiente para sobreviver fora do útero (em outras palavras, a interrupção indesejada de uma gravidez). Quando essa perda ocorre no primeiro trimestre da gravidez, é chamada de aborto espontâneo. 80% dos abortos espontâneos ocorrem no primeiro trimestre.

O aborto espontâneo está frequentemente relacionado a defeitos nos cromossomos ou a outros problemas genéticos no embrião, mas também pode ser causado por fatores hormonais, entre outros. Geralmente, a causa não pode ser identificada.

Com que frequência este problema ocorre?

O aborto espontâneo é uma das complicações mais comuns no início da gravidez. É difícil determinar com segurança, mas os pesquisadores estimam que mais de 40% das gravidezes resultam em abortos espontâneos. Além disso, mais da metade dos casos ocorre bem no início da gravidez, quando ela ainda não foi detectada. Por este motivo, esses abortos espontâneos passam despercebidos e são confundidos com uma menstruação qualquer ou um pouco mais pesada que o normal.

O aborto espontâneo pode ocorrer para qualquer mulher e a maioria das mulheres que o sofrem não apresenta nenhum fator de risco. Mesmo assim, alguns fatores podem aumentar o risco de aborto espontâneo. Um destes fatores é a idade, quando os óvulos (e provavelmente o esperma) mais velhos têm maior probabilidade de conter defeitos genéticos (uma mulher de 40 anos tem 33% de chance de sofrer um aborto espontâneo, enquanto uma mulher de 20 anos apresenta 15% de probabilidade). Outros fatores de risco incluem deficiências vitamínicas (especialmente de ácido fólico), bem como estar acima ou abaixo do peso, fumar, insuficiências ou desequilíbrios hormonais (incluindo doenças de tireoide não tratadas), algumas doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e determinadas doenças crônicas.

Quais são os sinais e sintomas?

Os sintomas do aborto espontâneo podem incluir alguns ou todos os seguintes:

  1. Cólicas ou dores (algumas vezes agudas) no meio do baixo ventre ou das costas.
  2. Sangramento vaginal pesado (possivelmente com coágulos e/ou tecidos), semelhante à menstruação
  3. Sangramento leve que persiste por mais de 3 dias
  4. Diminuição drástica ou perda dos sinais normais do início da gravidez, como sensibilidade nos seios e náusea.

O que você e o seu médico podem fazer?

Nem todo sangramento significa que você terá um aborto espontâneo. Diversas situações podem causar sangramentos, além do aborto espontâneo.

Se você perceber algum sangramento, consulte o seu médico. Ele poderá determinar a causa do sangramento e fazer uma ultrassonografia. Se a gravidez ainda for viável (em outras palavras, se o médico detectar batimentos cardíacos no ultrassom), ele poderá recomendar repouso e monitorará seus níveis hormonais, se você estiver bem no início da gravidez (o aumento da gonadotrofina coriônica humana é um bom sinal). O sangramento, provavelmente, cessará espontaneamente.

Se o médico concluir que o colo do útero está dilatado e/ou não detectar os batimentos cardíacos do feto no ultrassom (e suas datas estão corretas), ele concluirá que o aborto espontâneo ocorreu ou está para ocorrer. Neste caso, infelizmente, não há nada que possa evitar a perda.

Se você está sofrendo muitas dores de cólicas, o médico poderá prescrever um analgésico. Não deixe de solicitar um medicamento, se precisar de alívio.

É possível evitar?

A maioria dos abortos espontâneos decorre de um defeito no embrião ou feto e não pode ser evitada. No entanto, existem medidas que podem ser tomadas para reduzir o risco de casos que podem ser evitados:

  • Cuide de doenças crônicas antes de engravidar.
  • Tome diariamente um suplemento vitamínico pré-natal que inclua ácido fólico. Novas pesquisas apontam que algumas mulheres têm dificuldade para engravidar e/ou manter a gravidez devido a deficiências de vitamina B12 e ácido fólico. Quando essas mulheres corrigem a deficiência com suplementos adequados, podem engravidar e manter a gravidez até o final.
  • Tente chegar o mais próximo possível do peso ideal antes de engravidar. Estar extremamente acima ou abaixo do peso ideal aumenta riscos à gravidez.
  • Evite práticas cotidianas que aumentem o risco de aborto espontâneo, como álcool e fumo.
  • Tome cuidado ao usar medicamentos. Apenas use medicamentos aprovados por um médico que sabe que você está grávida e evite aqueles que apresentam riscos conhecidos à gravidez.
  • Tome medidas adequadas para evitar infecções como DSTs.

Se você já sofreu 2 abortos espontâneos ou mais, você pode fazer testes para determinar a possível causa e preveni-la em uma gravidez futura.