Saúde Mental

Medo do novo: até onde ele pode ser saudável?

Por Rafaela Monteiro 30/01/2014

medo

 

Dentro do que é conhecido posso me sentir segura, pois já sei onde estou, onde piso, o que acontece, quem está ali e etc. O conhecido conforta de certa maneira, acolhe, protege. Porém, as vezes aprisiona. É comum sentir medo diante de uma situação nova. Uma mudança, um novo emprego, um filho que vai chegar, um casamento, um novo bairro, o fim da faculdade, de um ciclo, seja o que for, se é um novo momento na vida, isso pode assustar. E até aí, nada de incomum. O medo do novo é até certo ponto saudável sim, e pode até ajudar.

Lembro das aulas de neuro fisiologia na época da faculdade, quando a professora falava sobre o medo e dizia que se ele não existisse faríamos muitas besteiras. Não teríamos noção de perigo nenhum, poderíamos ver um precipício e diante dele pular e morrer, pois não sentiríamos medo do que poderia acontecer, das consequências de nossos atos, como nesse último exemplo. Exageros a parte, o que quero dizer é que o medo pode ajudar e também sinalizar certo tipo de perigo em algumas situações, contribuindo para mais cautela diante da tomada de decisões, e isso vem desde a época do homem primitivo.

 

E o que é saudável e o que não é saudável diante do medo?

 

A saúde está diante de uma certa proteção que o medo pode dar. E a não saúde está diante da paralisação que o medo pode causar. Existem pessoas que passam a vida toda com medo de tomar atitudes que causariam grandes ou até mesmo pequenas mudanças, paralisadas diante do que não é conhecido ou familiar e amedrontadas com o novo. Não vivem. Não fazem grandes negócios, não casam, não se mudam de casa, bairro, estado, não arriscam na vida. O medo paralisa e faz com que fiquem sempre paradas no mesmo lugar, com a falsa sensação de segurança e controle diante do que já é familiar.

Tá com medo? Vai com medo, mas vai. Faça com medo, mas faça. Ausência de medo é quase inexistente. Um certo medo presente na vida faz parte. Porém, cuidado, cautela, responsabilidade são importantes, claro. Não estou falando de se jogar nas coisas sem avaliar os seus riscos, estou falando de agir mesmo diante de algum medo existente, mas agir com responsabilidade.

O que tem que ser visto é até que ponto o medo invade sua vida. Até que ponto ele te paralisa e te impede de tomar atitudes. Nem 8 nem 80. Um certo equilíbrio é preciso e saudável. O medo faz parte, ser controlado por ele é o que não deve acontecer.