Você sabe o que é mitomania? É bem provável que, mesmo sem saber o que isso significa, você já tenha se deparado com um mitômano.
A literatura e o cinema estão cheios deles: são os protagonistas, não somente da ficção como da vida real, que vivem de mentiras. E não estamos falando das mentirinhas do 1º de abril. A mitomania vai muito além disso.
O mitômano é alguém que mente crônica, habitual e compulsivamente. O ato de mentir, sobre qualquer tema, de qualquer relevância, torna-se o modo de vida dessa pessoa e dizer a verdade passa a ser algo extremamente desconfortável.
A mitomania tende a se desenvolver bem cedo, ainda na infância, como resposta a uma série de dificuldades em casa ou na escola.
Quem tem mitomania não conta umas mentirinhas de vez em quando, ou exagera um pouco a verdade. O mitômano mente sobre todos os aspectos de sua vida. Desde o quanto pagou por uma peça de roupa até quando deu comida para o peixinho do aquário da sala.
Como identificar a mitomania
É curioso saber que mentir, em um grau bem menor do que aquele que aponta para a mitomania, pode ser considerado algo quase normal. De acordo com uma pesquisa desenvolvida pelo professor de Psicologia da Universidade de Massachussets Robert Feldman, uma pessoa conta, em geral, três mentiras a cada dez minutos.
Esse estudo indica que a recorrência à mentira é uma forma de manter o bom convívio social. É praticamente impossível viver em uma sociedade sem criar histórias que fujam à realidade ou que mascarem a verdade de alguma forma, como explica a psicóloga Yara Leal de Carvalho, formada em coaching pela Sociedade Latino Americana de Coaching.
“Existem alguns bons motivos para justificar uma mentira: diminuir o impacto negativo que uma verdade teria sobre uma pessoa que amamos ou não ofender alguém que ainda conhecemos pouco. Psicologicamente, a mentira pode ser considerada como parte do instinto de preservação, assim como o medo, a dor e a febre.”, completa Yara.
Mitomania domina todas as áreas da vida
Para Yara, mentir deixa de ser saudável quando passa a ser um comportamento compulsivo que domina todas as áreas da vida da pessoa. Nesse caso, diz ela, as inverdades podem ter a intenção de enganar os outros e tirar vantagem disso.
O mentiroso doentio, segundo Yara, depende do embuste para ter a sensação de organização interna que o proteja da loucura. Seu comportamento mentiroso deixa falhas que precisam ser encobertas tornando esse problema um círculo vicioso difícil de ser quebrado.
E esse ciclo vicioso, essa frequência de mentira tem um impacto enorme na credibilidade que alguém inspira nos demais. Falar a verdade, reforça Yara, é um valor que deve ser transmitido para as crianças e incentivado como comportamento louvável.
Mas, diz a psicóloga, há situações em que uma pequena inverdade não prejudica ninguém e acaba por ser boa para quem a profere e para quem a ouve. “Um exemplo disso é um elogio ao corte de cabelo de alguém que você conhece pouco. Você pode até não ter gostado do cabelo, mas dizer isso não seria apropriado. A mentira branca seria exatamente isso”, conclui.
E para você, quando vale uma mentirinha?
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