Poucas pessoas sabem qual a relação entre persistir e insistir. Para alcançar metas e objetivos, é importante entender o conceito das duas palavras, mas, mais do que isso, saber que uma está muito ligada à outra, sendo vistas quase como sinônimos. É a persistência que move na realização de um sonho. É a insistência que vai fazer com você atinja sua meta.
Conjugando o verbo persistir
Quem faz essas afirmações o faz com muita prioridade. O psicólogo Gabriel Feiten, 35 anos, é um exemplo de superação, de força e de que persistir pode ser um dos verbos mais importantes na vida do ser humano.
Quando era estudante de Educação Física, Feiten sofreu um acidente que o deixou tetraplégico em março de 2002. Foi quando seu sonho de participar de uma Olimpíada parecia ter sido interrompido. “Eu sempre quis ser atleta e sonhava em participar de Jogos Olímpicos, apesar de ainda não saber em que função, mas queria estar lá”, afirma.
Ele era o que se pode chamar de atleta amador, praticava diversos esportes, mas sem foco em nenhum deles. Durante os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, ele desejou profundamente estar em uma olimpíada. “Então o acidente acabou com meu sonho, minha vida foi do oito ao 80 em pouca horas”,diz.
Mas Feiten não se acomodou em sua tragédia, decidiu que iria persistir, reorganizando a vida. Ele não queria parar de estudar e optou por uma área que sempre despertara seu interesse, desde os tempos da faculdade de Educação Física: a Psicologia.
Assim, começou o curso em 2003 e se formou em 2010. “Queria algo que, além de eu gostar, não precisasse do uso do meu corpo”, conta.
Nesse meio tempo, ele realizou seu grande sonho: determinado a continuar a conjugar o verbo persistir, participou da Paraolimpíada em 2008, representando o Brasil na natação. Suas conquistas dentro d’água refletem a determinação que não o deixou sucumbir. Com a insistência, alcançou seu sonho.
Ensinando a persistir
Hoje seu trabalho como psicólogo tem foco justamente em ajudar as pessoas a descobrirem a importância em persistir. “É claro que a minha história não precisa ser repetida por ninguém que queira alcançar o sucesso. Nem todo o cadeirante tem de ser um paratleta. O psicólogo não faz mágica, seu trabalho é ajudar as pessoas a encontrarem seu próprio caminho”, diz Feiten.
Nessa busca, o fundamental é que a pessoa aprenda a se conhecer e a identificar seus sonhos, depois disso, entender o que fazer para alcançar esse objetivo. E, pode acontecer de, no meio do caminho, descobrir que esse não era seu sonho. “Não há problema nenhum, a busca recomeça”, afirma o psicólogo.
Por isso, Feiten defende tanto a sinceridade do paciente. “Eu só posso ajudar quem abre completamente o seu desejo e o seu sonho, a partir do que você me contar, eu poderei lhe ajudar a encontrar o seu caminho, mas nunca dizendo o que você precisa fazer. Isso é tarefa do paciente e faz parte da construção do seu plano”, conclui.
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