O Papiloma vírus humano (mais conhecido como HPV) é um vírus que atinge a pele e as mucosas. O vírus pode causar verrugas ou lesões precursoras de alguns tipos de câncer, como o de colo do útero, de vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca. “O HPV é uma infecção transmitida, principalmente, através de relações sexuais sem proteção. O simples contato de pele/mucosa com pele/mucosa já é o suficiente para transmitir o vírus”, explica a professora do Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), Dra. Neila Speck. Entenda melhor o que é o HPV.
O que é o HPV
Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV. Os mais agressivos podem provocar infecções persistentes e lesões que correm o risco, por exemplo, de evoluir para um câncer de colo do útero. No entanto, o tipo mais comum, encontrado em 90% das lesões genitais, verrugas e papilomas laríngeos, são considerados não oncogênicos. “É preciso ressaltar que as variações do vírus mais graves são justamente aquelas que não apresentam nenhum sintoma. Cerca de um terço dos cânceres de colo do útero ocorre em mulheres com o resultado do Papanicolau sem alteração. Por isso, é tão importante que as mulheres realizem também o teste de HPV”, enfatiza a especialista.
Como se prevenir do HPV
Além do uso de camisinha em todas as relações sexuais, para diagnosticar a doença precocemente e prevenir complicações é fundamental consultar o médico regularmente. Segundo a médica, os exames de rotina devem incluir o teste de HPV, exame de biologia molecular de alta sensibilidade que permite rastrear diferentes tipos do vírus no organismo, antes mesmo dos primeiros sinais clínicos. “Nos EUA, esse exame foi aprovado como o único teste primário para rastreio de câncer de colo de útero, ou seja, lá você pode fazer o teste mesmo sem fazer o Papanicolau por ter uma sensibilidade muito maior para identificar o risco de desenvolver um câncer de colo uterino provocado pelo HPV”, afirma. A vacina tem eficácia de 100% contra os vírus nela contidos.
Os tipos de HPV responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo uterino estão contidos nas duas vacinas comerciais. Segundo a ginecologista, a idade ideal para se realizar a vacinação é dos 9 aos 13 anos, antes do início da vida sexual. Isto porque essa é a fase em que a resposta imunológica é melhor, já que ainda não há o contato com o vírus.
Atualmente, a vacinação também é realizada em meninos dessa faixa de idade. O que melhora ainda mais a perspectiva de uma geração mais protegida contra o HPV. “Agora com essa inserção no calendário vacinal, isto gerará uma proteção maior ainda, pois diminuirá a circulação dos vírus na população. Países onde houve uma ampla aderência da vacina, como a Austrália, praticamente erradicaram as verrugas na população vacinada. Os efeitos colaterais são mínimos e houve uma supervalorização na mídia leiga de sintomas provocados por estresse numa população jovem imatura. Todos os órgãos mundiais de saúde atestam que a vacina é completamente segura”, tranquiliza.
Tratamento da doença
Não há um tratamento específico para eliminar o vírus, uma vez que o sistema imunológico sozinho costuma fazer este papel. Mas, de acordo com a médica, para tratar as lesões e verrugas, é feita a retirada das lesões e aplicação de cremes conforme o tipo de manifestação da infecção, seu grau e localização. “Na dúvida, sempre consulte o seu médico”, recomenda.
Como podem ver, a melhor forma de evitar a doença é fazendo a prevenção e tomando a vacina. E para conferir mais matérias sobre sexualidade e métodos contraceptivos, não deixe de acompanhar o Doutíssima.