Além da estonteante beleza, as atrizes Angelina Jolie e Megan Fox possuem mais uma característica em comum: as duas se submeteram à bichectomia, uma técnica cada vez mais procurada nos consultórios de cirurgiões plásticos e que mexe com quem deseja um rosto afinado e “mais magro”.
O que é a bichectomia
A bichectomia é a remoção das bolas de Bichat. A descrição é uma associação ao nome do anatomista Bichat e se refere a bolas de gordura envoltas na musculatura da face responsáveis pela mastigação, como explica o cirurgião plástico Luis Henrique Ishida, diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
De acordo com Ishida, essas bolas de gordura têm características e estruturas diferentes dos outros tipos de gordura do corpo humano. “Elas se desenvolvem precocemente no ser humano, por isso, as crianças pequenas, em sua maioria, são ‘bochechudas’, é uma característica”, afirma o médico.
Algumas pessoas têm essa característica permanente na fase adulta, que acaba por incomodá-las ao se sentirem infantilizadas com o rosto mais “rechonchudo”. Assim, optam pela intervenção cirúrgica na busca por um rosto menos fofinho. Para você ter ideia, apenas em 2015, foram realizadas 30 cirurgias desse tipo a cada mês no Brasil.
Segundo Ishida, a bichectomia é um procedimento relativamente simples, ambulatorial e com pouquíssima dor e incômodo para o paciente. “Não há necessidade de sedação e o paciente pode ir embora para casa no mesmo dia”, diz. Ele também afirma que o procedimento é interno e as bolas de Bichat são removidas por meio de cortes, que variam de 0,5 a um centímetro.
As bolas de Bichat podem ser removidas total ou parcialmente e vai depender da avaliação do médico. Por isso, é essencial que se estabeleça uma relação plena de confiança entre o paciente e seu cirurgião plástico.
Pode ocorrer de o que incomoda no rosto não estar relacionado às bolas de Bichat e a pessoa acreditar que com a cirurgia vai resolver seu problema. É muito comum, de acordo com Ishida, as pessoas acharem que podem se submeter ao procedimento quando, na verdade, elas possuem hipertrofia de masseter, que é o músculo ao lado da mandíbula. Quando muito desenvolvido, ele provoca o aspecto “quadrado” do rosto. A resolução dessa questão nada tem a ver com bichectomia.
O próprio procedimento cirúrgico, às vezes, pode não ser a solução para a pessoa. “Um rosto muito encovado pode ser mais prejudicial à beleza do que as bochechas saltadas”, pondera.
Riscos da bichectomia
Como todo procedimento cirúrgico, a bichectomia tem alguns riscos, mas dois em especial podem comprometer seriamente a saúde. Daí a importância em escolher um profissional com experiência. Entre os principais riscos, o médico destaca a lesão do nervo facial, responsável pelos movimentos da face.
O outro risco é a lesão do Ducto de Stenon que leva a saliva das glândulas salivares à boca. “Com essa lesão, ocorre o entupimento desse ducto, levando saliva às bolas de Bichat e nesse caso, é preciso fazer uma drenagem”, explica Ishida, ao ressaltar que, em 15 anos fazendo esse procedimento, jamais viu nenhuma dessas situações.
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