É difícil encontrar quem nunca tenha sido vítima de um boato, em menor ou maior grau, seja na escola, no salão de beleza, no bar ou no trabalho. Ser o foco de atenção de uma conversa nada agradável pode ser uma experiência que você já tenha protagonizado, ou mesmo tenha ajudado a disseminar contra alguém.
Boato se difunde rapidamente
Para entender melhor todo esse contexto, é importante perceber a diferença entre boato e fofoca, que costumam estar bem próximos, segundo a psicóloga Andreia Reis, que atende no Núcleo de Atendimento Psicológico (NAP), em Novo Hamburgo (RS).
“Boato é uma notícia ou relato sem uma procedência definida. A fofoca geralmente vem de uma pessoa ou local já identificado”, afirma.
O psicólogo Lessandro Sassi define o boato como sendo algo associado ao uso comum, difundido rapidamente entre um grande grupo de pessoas, tornando-se público.
Já para a também psicóloga Patrícia Spindler, a fofoca parece ter uma intenção de certo juízo de valor, baseada em informações não verídicas, geralmente a respeito de especulação da vida alheia.
Há quem consiga passar ileso por situações assim, mas outras pessoas podem ser seriamente afetadas por esses relatos. No entanto, de um modo geral, qualquer mentira pode interferir seriamente na vida de uma pessoa, gerando conflitos entre os envolvidos. “Por exemplo, na vida de um casal, pode causar até a separação”, explica Andreia.
Maneiras de ficar longe do boato
Pode parecer complicado pensar que é possível sair de situações como essa, mas Andreia garante que com uma boa construção de confiança nas relações fica mais fácil “encarar” tal contexto. “Pois se confio no outro, vou buscar a verdade e acreditar na pessoa em quem confio e exercer a autoconfiança, não se deixando abater”, diz Andreia.
Outra maneira de viver longe de “picuinhas” e de qualquer tipo de boato é justamente não se envolvendo. Afastando-se do lugar e de pessoas que costumam praticar muito a fofoca ou intensificar os relatos, além de principalmente ter a certeza de que mentira não resiste ao tempo e se esvai logo.
“Se nós nos preocuparmos muito, aí sim ela durará bastante no pior lugar que poderia estar, que é em nosso interior”, complementa Andreia.
Segundo Patricia, uma outra maneira de se manter fora do centro desses relatos é não ficar inimigo das pessoas, mas ter uma postura de precaução: nem falar, se abrir demais, nem escutar ou dar muita importância ao que ouve de alguém que fala pouco de si mesmo e muito dos outros. “Ou só fala bem de si e mal dos outros”, pontua Patricia.
Mas analisando pelo outro lado, por que espalhar notícias atrai as pessoas? Para Andreia, as pessoas que costumam fazer isso geralmente são seres humanos sem amor. Quem tem amor e autoestima não calunia ninguém e tem como regra básica fazer aos outros o que gostaria que fosse feito a si próprio.
Se é possível dar uma dica, Andreia arrisca: viva sua vida, aproveite tudo que a cerca e busque crescer dentro da verdade, honestidade.
“Cultive amigos verdadeiros e se alguém lhe deseja mal, faça o oposto e deseje o bem. Existe uma verdade incontestável na vida, se você atirar flores, receberá flores; se você atirar pedras receberá pedras. O que queres receber? A decisão é sua!”, completa Andreia.
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