Saúde Mental

Que visão temos sobre a “velhice”?

Por Rafaela Monteiro 25/11/2013

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Dentro das normas culturais que nos são oferecidas e muitas das vezes impostas, aprendemos o valor atribuído ao novo, a aquele que é produtivo. Atribuímos devido significado ao “belo”, ao jovem, ao culto ao corpo saudável e vivaz; e buscamos como todos os outros indivíduos semelhantes a nós, cultivar e valorizar a tudo e todos que se encaixam nessa norma.

Diante de tudo isso a velhice passa a ser vista como algo inconcebível e indesejável, e passamos a evitá-la, e não somente a esta isoladamente, mas a tudo que a ela se relaciona. Os idosos, a terceira idade, pejorativamente chamados de “velhos”, podem ser, de certa forma, isolados e esse isolamento é naturalizado e aceito por todos, inclusive por eles mesmos.

 

É difícil envelhecer na sociedade capitalista?

Com isso, envelhecer na sociedade que valoriza o jovem é fato que pode ser cada vez mais difícil e angustiante. E junto com a temida “velhice” tem-se uma série de demandas sociais que só vêem a agravar a angústia que a segue. Difícil lidar e elaborar as questões pertinentes da dita terceira idade.

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Porém, não queremos somente nos colocar na posição de vítimas de uma sociedade capitalista cruel, de um processo produtor de sujeitos passivos e dependentes de tais construções, onde não podemos nos manifestar ou impedir tais constructos que nos definem como homens iguais.

Pois podemos afirmar que mesmo diante desse incentivo à serialização da subjetividade, vemos que é possível perceber que existe em nossa sociedade movimentos sociais e culturais que buscam sim produzir modos de subjetividade singulares.

Acredito nas formas societais de produção de indivíduos, e na grande influência desta na produção da identidade dos sujeitos. Porém, podemos pensar que podem existir formas de nos responsabilizar como homens, sujeitos vivos e possuidores de nossa própria vida e história. Sendo possível nos posicionarmos como sujeitos singulares diante das regras sociais estabelecidas, e nessa condição, termos como reinventar nossa forma de existir, e assumir nossa vida mesmo perante as produções de subjetividades vigentes.

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Por assim dizer, não somos somente “marionetes” de um sistema de capital dominante, vivemos e nos desenvolvemos perante e imersos a um meio social que nos impõe e nos ensina modos de se comportar, mas podemos ter nossa própria postura e assumir diante disso nossas escolhas. E com isso, quem sabe, lidar melhor com essa questão tão natural e tão pertinente ao homem que é o envelhecimento.