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Saiba mais sobre a ninfomania e como tratá-la

Por Redação Doutíssima 08/01/2014

Antes de tudo, é bom deixar bem claro a todos que há uma enorme diferença entre uma pessoa ser compulsiva e gostar muito de sexo. A psicóloga Liliana Seger dos transtornos do impulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

A psicóloga afirma que, só porque uma pessoa tem uma vida sexual intensa, não quer dizer que é um sintoma da compulsão sexual. “Ter muita vontade de transar não caracteriza um transtorno. A diferença é que o compulsivo não consegue resistir aos pensamentos e desejos, que precisam ser saciados no mesmo momento, não importando com quem”, explica.

Sexo-viciado

Na realidade, a ninfomania, definição dada por muitos para a compulsão sexual, é um transtorno psiquiátrico que leva as pessoas a ter pensamentos e atos obsessivos envolvendo sexo.

O que não sabemos é que esse transtorno pode estar intimamente relacionado à outros transtornos obsessivos e também à ansiedade. “Quem sofre desse problema tem dificuldade de pensar e se concentrar em coisas que não estejam relacionadas ao sexo. Além disso, outra característica do compulsivo é agir por impulso, sem premeditar”, afirma a especialista.

Um dos maiores problemas em lidar e tratar essa doença é o fato do assunto ser diretamente relacionado ao prazer, de acordo com a médica. Assim, a compulsão acaba de fato não incomodando o paciente, e aparenta não fazer mal. Devido a esses motivos, uma pessoa compulsiva acaba convivendo com esse problema por muitos anos até perceber que precisa de um tratamento sério. “Essas pessoas geralmente só buscam tratamento quando já estão com a vida social totalmente abalada, convivendo com problemas na família, no casamento e até no trabalho”, diz a Dr. Seger.

Na maioria das vezes, a pessoa compulsiva não percebe que sofre de ninfomania, e os primeiros que notam os sintomas são os familiares, amigos e colegas de classe ou trabalho. “A pessoa começa a apresentar modificações relevantes no comportamento: vai constantemente ao banheiro para se masturbar, deixa de conviver com outros indivíduos nas horas livres, e por aí vai”, afirma Seger.

A especialista revela que a compulsão sexual aparece mais em homens, cerca de 95% das vezes, e geralmente a partir dos 30 anos de idade. Para piorar, a pessoa compulsiva sexual acaba sofrendo um preconceito muito grande da sociedade, que acaba considerando um homem ninfomaníaco como viril e machão. Em relação às mulheres, essa atitude compulsiva é muito menos aceita.

Tratamento: é possível?

A médica Liliane Seger recomenda a terapia sexual como tratamento para os pacientes que sofrem da ninfomania. É uma terapia que se baseia em conseguir um controle do comportamento. Junto com o procedimento terapêutico, o médico pode prescrever antidepressivos, para colaborar na inibição do desejo.  “O indivíduo percebe que é dependente e que não está mais no controle das suas vontades e desejos. O importante é que ele entenda em quais situações fica mais ansioso e, a partir daí, possa aprender a se controlar”, esclarece a especialista.