Devido a grande incidência de reclamações de abuso por parte dos homens para com o sexo feminino, novas leis começam a surgir no país, propondo o “vagão rosa” em trens e metrôs, ou seja, um vagão para mulheres.
A ideia é que algumas composições sejam reservadas exclusivamente para as mulheres nos horários de maior movimento. Menores de idade acompanhados por elas também poderão fazer uso dos vagões especiais.
Vagão para mulheres é cercado de polêmica no país. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Aprovação do vagão para mulheres
Muitas mulheres aprovaram a medida de um vagão para mulheres por se sentirem protegidas por ele e acreditar que é válido separar homens de mulheres, considerando que nem sempre eles sabem se comportar em grupo. Essa parcela é caracterizada por mulheres para as quais o uso do trem não é esporádico, mas sim uma realidade – embora, a concordância não seja unanimidade.
Há outra parcela feminina que aprova o vagão para mulheres desde que essa seja uma medida de emergência e não definitiva. Ou seja, enquanto não é possível garantir mais espaço para as mulheres, se busca separar um espaço só para elas, ao passo que, em paralelo, se é trabalhado para aumentar a frota.
Para esse grupo, o vagão para uso exclusivo das mulheres pode solucionar esse problema momentaneamente, mas não para sempre. Essa parcela de mulheres defende que o ideal seria aplicar punições rígidas a quem se aproveita desse tipo de situação e, ao mesmo tempo, criar uma campanha de conscientização.
Repúdio ao vagão para mulheres
Há ainda um terceiro grupo: aquele que está protestando desenfreadamente contra a medida e que exala repúdio pela lei do vagão para mulheres. Esse grupo de mulheres que compõe a ala contrária, o faz sob o argumento de que segregar não é a solução, mas que o problema se resolve apenas de uma forma: mudança de pensamento e cultura por meio de uma educação que abra mão de conceitos machistas.
Em outras palavras, mais do que um vagão destinado para mulheres, esse grupo prega a convivência pacífica em um ambiente em que os homens consigam simplesmente entender de que o corpo feminino não lhes pertence.
E a lista de motivos de quem é contra não para por aí. Um argumento que contrapõe o argumento positivo de segurança é o de que separar a vítima do agressor é o mesmo que dar liberdade a ele.
Para as mulheres que são contra ao projeto, o vagão para mulheres é, na verdade, um problema: ao invés de punir o homem que assedia, tira da mulher que não tem culpa de ser assediada, o direito de entrar em todos vagões e ônibus.
O problema se instaura não só no machismo, mas também no fato de que as mulheres são maioria nas estatísticas de usuários do transporte público em São Paulo, uma das cidades onde o vagão rosa é de debatido.
E, em termos de estatísticas, elas não param por aí. Outras cidades em que a medida já foi aprovada, há o sentimento de que o vagão para mulheres não funciona. No Rio de Janeiro onde a ideia está em uso desde o ano de 2006, não há fiscalização. O que isso reflete? No fato de que os homens utilizam igualmente os vagões, não respeitando a área destinada ao público feminino.
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