O hemograma é um dos mais comuns e rotineiros procedimentos laboratoriais auxiliares ao diagnóstico de inúmeras doenças. Com a simples coleta de uma pequena amostra de sangue, é possível analisar variações quantitativas e morfológicas no organismo, contribuindo significativamente para a prevenção de casos mais graves e a busca de equilíbrio sistêmico.
Cuidados com o hemograma
Porém, para que seus dados sejam confiáveis, é preciso que tanto o paciente quanto o profissional que vai fazer a coleta estejam atentos aos cuidados necessários antes do início processo.
Procedimentos prévios garantem precisão aos resultados. Foto: iStock, Getty Images
Medidas para antes de fazer o hemograma
1. Cadastro
Durante a recepção, deve ser efetuado o cadastro do paciente, com dados como sexo, idade e endereço. É neste momento que o profissional deve observar se há alterações como palidez, ofegância, cansaço, ansiedade e outros fatores. Cabe ao examinado também prestar informações significativas, tais como doenças, sintomas e uso de medicamentos.
2. Jejum
O jejum deve ser superior a 4 horas (preferencialmente 8h), exceto quando se trata de recém-nascidos e bebês que precisam se alimentar com muita frequência. Nesses casos, duas horas é o tempo suficiente.
3. Horário
A coleta pode ocorrer a qualquer hora, desde que sejam evitadas refeições gordurosas e exercícios físicos, fatores que aumentam a leucitose (volume de glóbulos brancos).
4. Líquidos
A ingestão de água pura, com objetivo de hidratação, não interfere na realização de hemograma. Há muita confusão nesse sentido, porém ela não deve ser consumida apenas em caso de exame de urina. Todos os demais líquidos devem ser evitados, pois apresentam inúmeras outras substâncias.
5. Exercícios
Atividades físicas devem ser evitadas até 24 horas antes do exame, pois, assim, como no caso de gestantes, é possível haver distorção na contagem de leucócitos caso essa orientação seja desrespeitada.
6. Álcool
É vedada a ingestão de bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores ao exame, sob pena de adulteração dos resultados.
7. Fármacos
É de fundamental importância que o paciente comunique ao médico o uso de medicamentos controlados, que podem gerar alterações nos resultados do hemograma;
8. Coleta
As principais preocupações neste momento consistem na velocidade da punção, que deve ser rápida, para manter a homogeneidade da amostra, e o manuseio do garrote, que também pode interferir na distribuição de alguns constituintes do sangue.
O local de coleta é igualmente importante e em geral consiste na extração do sangue venoso de uma veia da fossa antecubital, porque a coleta capilar tende apresentar contagens menores de plaquetas.
No entanto, quando há muita dificuldade em obter sangue venoso, é aberta uma exceção. Por outro lado, as veias do dorso do punho e da mão costumam ser evitadas para o hemograma, visto que apresentam menor fluxo sanguíneo e causam hematomas com maior freqüência.
9. Armazenamento
Concluída a coleta, o sangue da seringa vai diretamente para um tubo de ensaio previamente rotulado com o nome do paciente. Sua tampa contém entre um e dois miligramas de Ácido etilenodiamino-tetracético (EDTA), um anticoagulante que garante a integridade da amostra até que ela chegue ao seu destino final.
Quaisquer observações devem ser anotadas e repassadas para quem fará a leitura da lâmina, pois são de vital importância para a minimização de equívocos.
10. Resultados
A última etapa do processo por parte do laboratório consiste na emissão dos resultados, cujos valores devem ser claros, legíveis e sempre acompanhados dos valores-referência relativos a cada faixa etária e sexo. O laudo do hemograma deve chegar ao paciente sempre em envelope lacrado e identificado individualmente.
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