A adoção é um ato de amor, uma forma diferente de se constituir uma família. Mesmo com recentes mudanças na legislação, adotar não é uma tarefa tão fácil.
Exige que a criança ou o adolescente estejam aptos legalmente para serem adotados e a pessoa disposta a adotar precisa, além de cumprir uma série de quesitos legais, estar psicologicamente apta a receber uma pessoa em seus braços para chamar de filho.
Adotar uma criança é irreversível, por isso, não basta querer ter um filho adotivo, é preciso ter certeza de que se quer alguém para chamar de ‘meu filho’.
Adoção é alternativa para quem não pode ter filhos
Casais que não podem ter filhos devido à infertilidade, casais homossexuais ou simplesmente casais que querem aumentar a família dando oportunidade a uma criança ou adolescente têm, na adoção, a forma mais bela de se tornarem pais.
Mas essa é uma decisão que precisa ser tomada em conjunto e com a aprovação de todos os envolvidos. Não basta apenas a mulher ou o homem querer, assim como a opinião de outros filhos, quando existem, também deve ser levada em consideração.
A lei brasileira garante às mulheres que adotam o direito à licença maternidade de 120 dias, sem prejuízo do salário nem do emprego, exatamente como é durante uma gestação normal. Isso facilita a convivência e ajuda na construção de vínculos entre a crianças e seus novos pais.
Adoção exige candidatos aptos
Qualquer pessoa maior de 18 anos com estabilidade financeira e emocional pode adotar no Brasil. Esses requisitos, no entanto, não bastam. O início do processo começa quando o candidato manifesta interesse em adotar ao fazer parte de um cadastro nacional.
Após esta etapa, uma avaliação psicossocial será feita confrontando os ideias do candidato com as crianças disponíveis à adoção daquela comarca. Assim que o candidato tiver escolhido a criança ou adolescente, uma terceira etapa é iniciada, que é a visitação.
A aproximação entre candidato e criança deve ser gradativa, pois adotar é um processo mútuo, na qual os dois lados devem estar bem adaptados e dispostos a se constituírem como família. Se a criança não se sentir bem nem à vontade, é muito provável que o processo de adotar não siga em frente.
A sentença judicial para que seja possível adotar só será dada após o término do prazo de todo um processo estabelecido pelo juiz responsável.
Triste realidade no Brasil
O Brasil tem hoje mais de 5.500 crianças e adolescentes aptos a serem adotados, segundo dados do Cadastro Nacional de Adoção, O número de candidatos a pais supera os 30 mil.
Numa matemática simples, não haveria crianças suficiente para tantos pais. O problema é que a imensa maioria desses candidatos querem recém-nascidos brancos quando a realidade apresenta outro perfil.
A maioria é negra ou parda e com mais de cinco anos. Outro fator limitador é que apenas 17% dos candidatos aceitam adotar duas ou mais crianças ao mesmo tempo, o que dificulta a adoção de irmãos, por exemplo.
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