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Uma luz para a cura da depressão

Por Claudia Mercier 24/06/2015

Um “curto-circuito” cerebral pode ajudar na cura da depressão, segundo um experimento feito por cientistas americanos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, juntamente com pesquisadores japoneses do Instituto de Pesquisa Riken, no Japão.

 

Eles mapearam os circuitos cerebrais ligados à doença e utilizaram a optogenética, que consiste na ativação de células nervosas através de feixes de luz. Os especialistas afirmaram que o experimento em ratos teve uma resposta bastante positiva sendo possível fazer a relação entre a memória positiva e a doença.

 

O estudo abre um novo caminho para tratamentos mais eficazes contra a depressão, doença que atinge 10% da população brasileira, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.  

cura da depressão

10% da população brasileira sofre com depressão. Foto: Istock

 

Novas descobertas para a cura da depressão

 

Os ratos foram induzidos à situações de estresse elevado (chamada depressão reativa) resultando em sinais de depressão nos roedores. Os cientistas observaram que a memória positiva foi novamente ativada depois da indução utilizando um pulso de luz transmitida ao cérebro.

 

O experimento, publicado na revista americana Nature, deixa claro que a técnica não será utilizada em humanos, os especialistas descartam a possibilidade de inserir fibras ópticas na cabeça dos pacientes. Mas os testes em ratos serviram para descobrir os circuitos neurais envolvidos no processo depressivo

experimento

Ratos responderam positivamente à nova técnica de combate à depressão. Foto: Istock

 

Testes em cobaias

Especificamente, os cientistas criaram boas lembranças em ratinhos macho, colocando-os na presença de fêmeas. Mais tarde, esses roedores foram expostos a situações estressantes (privação) para torná-los deprimidos. Os cientistas verificaram que as cobaias demostraram apatia, falta de entusiasmo e passividade.

 

Os roedores tinham sido tratados previamente com optogenética, método que utiliza laser ou feixe de luz para ativar algumas partes cerebrais a partir da introdução de genes fotossensíveis.

 

Com a utilização dessa técnica foi possível diagnosticar que o desconforto dos ratos deprimidos tinha desaparecido, fato comprovado pela análise do comportamento dos roedores.

 

Os pesquisadores também observaram que outras duas áreas do cérebro não tratadas geneticamente nomeadas áreas BLA e NACC, estavam ocupadas quase simultaneamente, enquanto o mapeamento das áreas da memória estavam sendo realizado. 

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A pesquisa define um novo caminho para a cura da depressão. Foto :Istock

 

Novos caminhos para a cura da depressão

Os cientistas concluíram que após o mapeamento do circuito responsável pelos sintomas e a resposta positiva através da emissão de luz para ativar as memórias positivas em pacientes com drepressão considerada profunda, será possível desenvolver tratamentos e, até mesmo, a cura da doença.

 

Segundo os pesquisadores, resta encontrar uma maneira menos invasiva para ativar esse circuito em humanos por métodos farmacológicos ou cognitivo comportamentais para confirmar que o modelo realmente se aplica a eles. Assim, a psiquiatria terá, então, uma nova arma para combater a doença do século.

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, até 2020 a depressão será a doença que mais acometerá pessoas no mundo. Procure ajuda médica caso você identifique alguns dos sintomas abaixo que sinalizam a doença

 

– ansiedade ou alteração do humor

– perda do sono e do apetite

– dificuldade de tomar decisões

– persistência em pensamentos negativos

– redução da libido

– choros com frequência

– perda de energia ou sensação contínua de cansaço

– recusa de estar com outras pessoas

– pensamento de morte e suicídio

 

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