O lítio é a primeira opção no tratamento do transtorno bipolar, doença caracterizada por mudanças bruscas de humor. Ele é usado nas fases de mania e depressão, além de ser indicado na manutenção. Primeiro, podemos buscar entender um pouco mais o que é a substância e como ela é utilizada. Trata-se de um elemento simples que pode ser encontrado na natureza.
Em seu estado normal, existe em pequena quantidade na água e na comida, assim também no corpo humano, praticamente sem vestígios. O lítio utilizado tanto na indústria quanto na medicina é retirado de alguns tipos de rochas que possui o elemento em grandes concentrações.
Lítio é remédio
A utilização na Medicina teve início em 1949. Quando é usado para tratamentos, é tomado por via oral, em forma de comprimidos ou cápsulas e até mesmo de xarope. Assim, esse elemento tem sido eficaz no controle de doenças e estados emocionais, como o transtorno bipolar.
Diante de um exame de sangue, a presença do lítio só será apontada caso a pessoa faça tratamento com esse elemento, do contrário, não.
Dessa forma, se o indivíduo faz o uso dessa substância para controlar o transtorno bipolar, essa dosagem precisa ser verificada com frequência para que se saiba se está no nível normal terapêutico. Se a dosagem estiver abaixo de 0,6 no sangue significa que o remédio não está fazendo efeito.
No entanto, assim como é preciso saber a concentração no sangue para saber do efeito da substância, esse controle é essencial para saber se não está em excesso e se não há quantidade que leve a níveis tóxicos ao organismo, acima de 1,2 no sangue.
Problemas de saúde sérios podem surgir a partir da intoxicação por lítio, como doenças do coração, distúrbios de condução e até mesmo levar à morte. Por isso, acompanhamento médico é fundamental para garantir níveis seguros do elemento no organismo.
Lítio tem baixo custo
Por ser uma medicação de baixo custo, o lítio pode diminuir não apenas o gasto com tratamentos com outros remédios e internações, mas também reduzir o próprio custo social, que é consequência de doenças como o transtorno bipolar.
Segundo a psiquiatra Ana Taveira, a substância em forma de medicamento é a medicação mais indicada na forma clássica do transtorno, quando as fases são mais bem definidas.
“Além de ser um medicamento de baixo custo, ele possui efeito neuro protetor, não danificando os neurônios do organismo, e é a única substância do gênero de comprovada ação contra suicídios, registrados em 15% dos pacientes”, diz a médica.
Ana foi autora de uma pesquisa publicada pela Universidade de São Paulo (USP) que apontava, há alguns anos, a desinformação por parte dos próprios médicos sobre a eficácia do elemento no tratamento de doenças afetivas. Ela também defende a promoção de eventos psicoeducacionais que levem aos pacientes as informações sobre o uso do medicamento.
Segundo a psiquiatra, os eventos são a alternativa mais indicada para o sistema único de saúde. Na pesquisa realizada por ela, 83,2% dos psiquiatras consideravam a relação médico-paciente como a maneira mais eficaz de repassar informações, o que nem sempre é possível no sistema público de saúde devido às grandes demandas que reduzem o tempo das consultas.
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