Um histórico repetitivo de transgressões, violência, desrespeito com normas e a incapacidade de se comportar de acordo com as regras determinadas pelas convivência social. Temos aí o perfil do que se pode chamar de uma pessoa antissocial. É preciso olhar com cuidado para essas pessoas, mostrar consequências que muitas vezes não veem e sinalizar a busca de soluções.
O limite entre o normal e o antissocial é quando o comportamento descrito acima fica repetitivo ou quando o próprio indivíduo acredita agir normalmente. Mas quais são as causas de atitudes antissociais?
Como surge um ser antissocial
As causas de um comportamento antissocial são de ordem psicológica, ambientais ou biológica.
“Frequentemente, são fatores ambientais que não promoveram os cuidados necessários para aquele bebê ou criança, que acabou sendo privado de uma atenção básica necessária, principalmente de ordem psicológica, mas também de caráter biopsicossocial”, explica a psicóloga Patrícia Spinder.
Alguns sintomas bem comuns dessa personalidade são:
– Desconsideração e transgressão das normas e leis
– Desconsideração pelos outros
– Manipulação
– Incapacidade para estabelecer relações afetivas e sociais
– Necessidade de satisfação pessoal imediata
– Impulsividade
– Tendência para a violência
– Desconsideração pela sua segurança e pela dos outros
– Ausência de sentimentos de culpa
Esse perfil pode atingir homens e mulheres, inclusive crianças, em qualquer idade. Geralmente aparece com mais clareza na adolescência e então, ao se rever a história do sujeito, identifica-se traços antissociais ou comportamentos bem estabelecidos.
“Isto porque esta fase apresenta naturalmente comportamentos transgressores, mas claro que, nestes casos, o indivíduo repete e intensifica sua conduta de desrespeito e violência. Muitas vezes o uso de álcool e drogas disparam ou acentuam estas condutas”, acrescenta Patrícia.
Além disso, ela ressalta que se identificam mais homens que mulheres antissociais. No entanto, muitos casos no gênero feminino têm surgido.
Como lidar com um antissocial
É comum que familiares e amigos mais próximos – e até mesmo colegas de trabalho – desejem fazer algo para mudar ou amenizar o comportamento antissocial que percebem em pessoas com quem convivem diariamente. Mas não se trata de algo tão fácil.
Segundo Patrícia, se tiverem mais intimidade, podem sugerir tratamento psicológico e psiquiátrico. “Mas dificilmente estas pessoas aceitam se tratar, porque não percebem seus desajustes, considerando que têm motivos e razões para seus feitos ou simplesmente consideram que são condutas normais”, admite a psicóloga.
Assim, os outros podem, também, tomar cuidados para não serem envolvidos diretamente com as ações das pessoas que apresentam esse tipo de comportamento.
Além do tratamento psicológico, Patricia afirma que é possível, ainda, o uso de medicamentos e acompanhamento psiquiátrico para o antissocial.
Segundo a psicóloga, são casos difíceis de tratar, pois o sujeito não reconhece em si essas dificuldades – ou não tem um sofrimento consciente associado aos comportamentos. Algumas vezes, o indivíduo até chega para tratamento, porém não dá continuidade.
Um aspecto final destacado pela psicóloga é que o perfil das pessoas diagnosticadas como antissociais nada tem a ver com a condição financeira ou social. Acontece em qualquer classe. “Muitas pessoas associam à pobreza, o que não é verdade”, diz Patrícia.
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