O 22 de setembro é a data que celebra o Dia dos Amantes. Mas antes de comemorá-la pulando a cerca, é preciso entender melhor o preço da traição e o impacto que essa quebra de votos pode trazer para a vida de um casal.
Para trair, cada pessoa pode achar um motivo. Insatisfação com o relacionamento, desejo por aventuras e vingança podem dar um empurrãozinho para um caso extraconjugal. Lidar com a situação depende de autoconhecimento, para entender as reais razões do ato e as consequências que isso pode trazer.
Entenda a traição
A traição, segundo a psicóloga Carolina Bohn, é algo complexo que pertence a individualidade de cada pessoa. Mas ela traz um questionamento importante: o que leva alguém a escolher uma relação monogâmica, sustentar um ideal de fidelidade e, mesmo assim, acabar se relacionando com outros, quebrando o contrato da relação.
Segundo a psicóloga, essa quebra de um ideal implica em diferentes modos de sofrimento, podendo sair caro o preço da traição. Sobre esses efeitos, explica a psicóloga, é difícil haver um padrão.
“Pensando que cada ser é único, podemos entender que não existem respostas genéricas sobre o que uma traição pode gerar de sentimentos em cada um dos envolvidos”, explica a especialista. Ela aponta que o conceito de ressentimento, da psicanalista Maria Rita Kehl, é uma das formas de olhar para as reações adversas da traição.
O ressentimento se diferencia da mágoa e da raiva pela falta de um prazo de validade. A pessoa traída sente-se ressentida, vitimada pela agressão que o outro lhe causou, adiciona a psicóloga.
O preço da traição para os envolvidos
Carolina ressalta que quando uma traição acontece, pode-se pensar que a responsabilidade não é apenas do traidor, e sim do casal. Um sentimento que dificulta a superação é o peso da culpa de quem trai e de quem se deixou trair.
Mas a especialista afirma que fixar-se em posições de vítima e culpado acaba impossibilitando a mudança de atitude e uma resolução. “Permanecendo a queixa ressentida, as pessoas tendem a manter padrões repetitivos, chegando a desenvolver quadros depressivos, compulsivos, entre outros”, informa.
Uma das formas de lidar com a traição é considerar o perdão e buscar reconstruir a relação na tentativa de seguir em frente. Mas, para a especialista, para que o ato de perdoar seja possível e verdadeiro, deve ser baseado apenas em sentimentos próprios, e não na aceitação de que somos possuidores do outro.
Carolina diz que o perdão é um sentimento compatível com o amor incondicional, mas isso não significa que uma relação afetiva não depende de algumas condições estabelecidas pelo próprio casal.
“Portanto, para seguir em frente, é importante restabelecer em comum acordo os limites que cada um dos indivíduos de um casal pode suportar, possibilitando que os sentimentos também sejam reconstruídos e respeitados” recomenda a psicóloga.
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