Sente dor nos dentes ao mastigar alimentos duros ou ao beber líquidos muito quentes ou muito frios? Você pode estar com pulpite. Se não tratado, o problema pode causar dores cada vez mais intensas e provocar uma degradação irreversível na polpa do dente.
Conversamos com as cirurgiãs-dentistas Dulce Lara Ferraz de Souza Moreth, da clínica DH Odonto, e Luciane Franco Kraul para tirar dúvidas e ajudar você a reconhecer os sintomas.
O que é pulpite?
“O termo se refere a uma inflamação na polpa dentária, geralmente em consequência de uma cárie”, explica Dulce. A polpa é composta por vasos sanguíneos e nervos, responsáveis por manter o dente com vitalidade. A especialista explica que existem duas classificações para as pulpites: a reversível e a irreversível.
A pulpite reversível se dá quando a inflamação está em estágio inicial. Nessa fase a dor é provocada por estímulos, como mastigar ou tomar bebidas geladas ou quentes: sem eles, ela cessa.
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Já a pulpite irreversível é um estágio no qual os sintomas são mais intensos, pois fibras específicas do sistema nervoso já foram atingidas e a dor não mais depende de um estímulo externo para existir. “O paciente pode estar simplesmente sentado assistindo à TV, distraído, e de repente começar a sentir uma dor pulsante, que piora ao deitar e muitas vezes não o deixa dormir”, explica Dulce.
Segundo ela, não existe uma idade específica para aparecerem os sintomas. “Desde crianças até idosos podem sofrer de pulpite, já que a grande causa é a agressão de bactérias na polpa através da cárie”.
Caso sinta qualquer sintoma citado o ideal é ir direto ao dentista, pois a situação pode virar um quadro de infecção mais grave. O diagnóstico é feito pelo cirurgião-dentista ou especialista em endodontia, que deverá realizar exames minuciosos e testes de sensibilidade.
Pulpite aguda x pulpite crônica
A pulpite em fase aguda pode ser considerada sintomática: como já dito, o paciente relata sintomas de dor provocada ou contínua. Já a crônica é quando o processo se torna livre de sintomas, podendo chegar até um estágio de necrose pulpar.
“A aguda tem dores em fisgadas muito fortes, como choques. Normalmente a crônica não causa dor porque o nervo acaba morrendo. Se não tratada, pode piorar e causar dor em outras partes do rosto, com inflamação ou infecção que podem se espalhar pelo rosto e até entrar na corrente sanguínea”, explica Luciane.
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Tratamento para pulpite
O tratamento varia de acordo com o grau de inflamação. Se não houver contato direto da cárie com a polpa, e existir alguma proteção entre os tecidos pulpar e a dentina sadia, é possível resolver o problema com um capeamento pulpar ou uma restauração.
Caso haja contato direto da cárie com o tecido da polpa, a inflamação está em estágio mais avançado e o tratamento indicado é o endodôntico, mais conhecido como canal. “Na maior parte dos casos é preciso abrir o dente para aliviar a pressão interna e melhorar a dor, limpando-o bem por dentro para eliminar as bactérias e não deixar que elas se disseminem”, completa Luciane.
A melhor forma de prevenção é a higiene bucal. Além disso, faça visitas periódicas ao dentista para evitar doenças na cavidade oral e fazer a manutenção da saúde bucal.