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Já ouviu falar de varizes pélvicas? Dor pode ser confundida com cólica e endometriose

Por Francine Costanti 23/10/2019

Você sabe o que são varizes pélvicas? Elas aparecem em forma de veias ou vasos dilatados que surgem na região da pelve, principalmente ao redor dos órgãos genitais femininos, como útero, trompas e ovários. O problema, chamado oficialmente de Síndrome de Congestão Pélvica, causa inflamação e pode provocar dor no abdômen, bem parecida com cólica, e incômodo durante e após as relações sexuais e quando a mulher estiver perto de menstruar. 

Em entrevista ao Jornal da USP, o Dr. André Moreira de Assis, radiologista intervencionista do Hospital das Clínicas de São Paulo, conta que, por se tratar de uma doença interna – e não visível – se torna muito mais difícil o diagnóstico por parte da mulher: “Para descobrirmos o real problema, principalmente em mulheres, devemos fazer alguns exames específicos, porque a dilatação que essas veias causam no interior do corpo feminino – chamadas de veias profundas – causam dor pélvica crônica, de uma maneira geral”.

Endometriose

Dores das varizes pélvicas costumam aparecer quando a mulher permanece muito tempo em pé. Foto: iStock

Sintomas 

Geralmente as mulheres têm quadros de dor pélvica que duram mais de seis meses. Essa dor apresenta algumas características que chamam a atenção, como dor intensa na região do abdômen. 

A dor se manifesta, principalmente, quando a mulher permanece muito tempo em pé e quando faz esforço físico, que também está relacionado à dor durante a relação sexual. A mulher ainda pode sentir o corpo mais pesado e cansado em dias quentes, aumento do fluxo durante o período menstrual e, consequentemente, cólicas muito mais fortes.  

Algumas mulheres, além de manifestarem os sintomas acima, apresentam varizes visíveis na vagina, nas nádegas e nos membros inferiores, o que pode facilitar no diagnóstico. 

Muitas pacientes, por desconhecerem o problema, acham que as dores são comuns e, por isso, não procuram por especialistas e nem fazem exames de rotina. Mas vale ressaltar que, se não tratado no começo, o incômodo pode piorar com o tempo e se transformar em um quadro mais grave. 

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Causas 

Existem mulheres mais propensas a desenvolverem a síndrome, como as que tiveram uma ou mais gestações. O problema costuma atingi-las porque, durante a gravidez, as veias pélvicas sofrem um grande alargamento para possibilitar a gestação do feto. Muitas vezes, depois do parto, essas veias não se comprimem novamente e daí surgem as varizes pélvicas. Outro grupo de risco são mulheres que já têm casos de varizes pélvicas na família, seja por parte de mãe, tia ou avó. 

Tratamento

Segundo o especialista, existem dois tipos de procedimentos para tratar as varizes pélvicas: a cirurgia laparoscópica, em que o médico faz a ligadura dos vasos dilatados, ou a embolização das veias, em que são inseridas pequenas molas dentro das veias pélvicas que estão dilatadas. Esse método ajuda a bloquear o fornecimento de sangue para as veias.

E depois da cirurgia, as varizes podem voltar a aparecer? O médico afirma que em cerca de 90% dos casos, se o procedimento for bem-sucedido, não há riscos de o problema retornar, mas isso não impede que surjam novas veias dilatadas na região da pelve. Portanto, é importante fazer um check up regularmente. 

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