Autores em psicologia afirmam que a culpa, o remorso e os arrependimentos crônicos são familiares para a maioria das pessoas. As vezes gostaríamos de ter feito as coisas de forma diferente e pensamos o tempo todo nessa possibilidade. E isso pode virar um fantasma. Uma assombração constante. A culpa fere. Faz mal. E isso não é nenhuma novidade pra ninguém.
O sentimento de culpa
A culpa saudável pode guiar nossa consciência. Quando sentimos certa culpa e nos apegamos a ela, essa mesma culpa pode se tornar doentia. Segundo Robin Casarjian, a culpa doentia ocorre quando o ego, na forma de autocrítica, age como um ladrão que furta o presente, que amarra você ao passado e o assusta com o futuro. E ainda existe o julgamento de que você é mal ou está errado e isso destrói a autoestima, pois quando somos dominados pela culpa, não sentimos compaixão de nós mesmos.
É perdoando a nós mesmos que aceitamos nossos erros como reações temerosas e tentativas confusas de conseguir o poder ou amor de que tanto precisávamos. Para a Gestalt Terapia, existe a ideia de que sempre fazemos aquilo que podemos, aquilo que nos é possível no momento.
A culpa como raiva
A culpa, além de voltar para dentro, pode ser projetada para fora como raiva crônica e ressentimento para com os outros. A projeção crônica da culpa pinta uma visão estática do mundo como um lugar hostil e injusto. Paul Tilich afirma que:
“Em linguagem metafórica, gostaria de dizer àqueles que sentem uma profunda hostilidade para com a vida: a vida aceita vocês, a vida ama vocês como uma parte separada de si mesma, a vida quer reunir você consigo mesma, mesmo quando parece destruí-los.”
Uma forma de lidar com a culpa
O auto perdão é o caminho para lidar com a culpa. Este não implica em aprovar comportamentos que foram desonestos ou prejudiciais a você ou a outra pessoa, também não implica que não exista remorso pelo passado. Na verdade, sentir remorso por uma dor causada está no caminho da cura. Ele só não pode ser uma força dominante, senão vai impedir que você siga. O caminho é deixar que ele flua livremente num mar de piedade e compaixão. É a aceitação sem julgamentos de seus sentimentos interiores e dos seus pensamentos que o levará ao auto conhecimento e ao amor próprio.
A regra gentil
Você pode ser culpado de algum comportamento qualquer, mas a sua personalidade essencial permanece inocente e digna de amor. A regra do auto perdão é ser gentil consigo mesmo. Mesmo que isso pareça vazio ou sem sentido. Faça essa escolha quantas vezes for preciso. Lembre-se que sempre fazemos o que podemos e trate a você mesmo com gentileza. Somos humanos, e humanos são sempre imperfeitos e cometem erros.
