Para quem sofre do chamado de transtorno histriônico da personalidade, a vida pode parecer com um teatro, cheio de drama e exageros. De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, ele pode ser definido por um padrão emocional excessivo, aliado à necessidade de chamar atenção e a um comportamento inapropriadamente sedutor.
Já segundo pesquisa da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, os indivíduos que têm o transtorno costumam se sentir desconfortáveis quando não estão no centro das atenções, o que gera um comportamento emocional manipulador. Por consequência, os vínculos criados emocionalmente tendem a ser superficiais.
A estimativa do estudo é de que a condição afete entre 2% e 3% da população em geral, índice que sobe para cerca de 15% quando se examinam pacientes em ambulatórios psiquiátricos.
Diagnóstico do transtorno histriônico
Existem vários critérios rígidos que devem ser obedecidos para evitar um diagnóstico indiscriminado. No caso do transtorno histriônico da personalidade, as principais definições são:
- Dramatização, teatralidade e expressão exagerada de emoções
- Facilmente influenciável por outras pessoas ou ambientes
- Afetividade superficial e instável
- Busca contínua por excitação e atividades onde a pessoa é o centro das atenções
- Sedução inapropriada em aparência ou comportamento
- Busca de parceiros simultâneos
- Desprezo por diagnósticos, críticas e sugestões que não coincidam com a sua opinião
- Preocupação excessiva com aparência física, vestimenta e acessórios
- Inconformismo com o fim de relacionamentos, seguido pelo transtorno obsessivo compulsivo, com prevalência à obsessão pelo déjà-vu, na busca de reeditar relacionamentos que já não existem mais.
Para que o diagnóstico seja aceito, é preciso que pelo menos três desses critérios sejam identificados no paciente.
Tratamento e prognóstico
O tratamento de pacientes com transtornos de personalidade frequentemente podem conduzir ao niilismo terapêutico, graças ao baixo índice de resposta. Porém, pacientes histriônicos costumam buscar tratamento mais rápido, pois apreciam a atenção que lhes é destinada e gostam de ser examinados.
O problema é que eles tendem a exagerar seus sintomas e demonstram grande prazer em relatar as suas dificuldades e angústias. Não por acaso, muitas vezes o mais recomendado é a terapia de grupo, graças à facilidade desses pacientes em formar vínculos afetivos.
Dessa maneira, forma-se um ambiente mais propício e útil, em que o foco não fica restrito apenas a uma única pessoa e aquilo que ela tem para compartilhar. De outro modo, ela precisa aprender a ouvir os outros e os seus problemas.
A prescrição de psicofármacos para pacientes portadores de distúrbios da personalidade fica resumida ao controle de duplos diagnósticos, tais como depressão, transtorno bipolar ou de ansiedade generalizada.
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