Seu filho começou a fumar escondido. E agora? Permito que ele vá em frente e tome suas próprias decisões ou devo interferir na escolha? Esse é um dilema pelo qual os pais têm passado cada vez mais cedo. Veja a opinião da psicóloga e especialista em psicoterapia de jovens e adultos Cecília Cruvinel sobre o que fazer se seu filho começou a fumar.
Faixa etária
De acordo com a especialista, é essencial diferenciar um adolescente de acordo com a sua idade. Um jovem de 16 anos que fuma é bem diferente de um jovem maior de idade, pois imagina-se que, acima de 18 anos, um jovem está mais maduro e responsável para tomar suas próprias decisões.
Em todo caso, o primeiro passo dos pais é conversar abertamente sobre o assunto, com paciência e tranquilidade, para não transformar a conversa de pai para filho em uma briga interminável. Acredita-se que proibir nunca é o melhor caminho, pois isso só estimula o adolescente a mentir. Porém, aceitar ou não é uma questão pessoal e moral de cada família.
Apesar de todo mundo saber que o cigarro faz mal à saúde, é importante que os pais informem aos filhos sobre os males do cigarro. Além disso, os pais devem incentivar e ajudar o filho a passar pela tentação de não fumar, que é uma fase difícil para qualquer pessoa que tenta parar de fumar.
Por que as pessoas buscam o cigarro?
Há vários motivos que levam o adolescente a buscar o cigarro, segundo a psicóloga: a interação social e a inserção no grupo de amigos, curiosidade, ansiedade. Na visão do adolescente, há sempre uma boa razão para fumar e os perigos não existem para ele.
Para ajudar o adolescente fumante, cada uma dessas razões deve ser trabalhada separadamente e de modo específico. Entretanto, os pais aceitando ou não a escolha do filho, é importante lembrar que os filhos podem acabar fazendo escolhas diferentes da escolha dos pais. É fundamental que os pais expliquem, informem, conversem e observem o filho, principalmente se ele for menor de idade.
Pais fumantes
Estudos indicam que, quando ao menos um dos pais fuma, a probabilidade de o filho fumar é bem maior do que quem não tem pais fumantes. Isso ocorre devido a razões como aprendizagem do comportamento, hábito para inserção na família, curiosidade, gosto pelo cheiro e sabor e, até mesmo, influência genética.
Um adolescente preocupado com a saúde dificilmente começará a fumar. Por isso é importante educar seu filho e informá-lo sobre os malefícios do cigarro, mesmo que ele seja prazeroso de alguma forma. Uma criança que foi incentivada a ter hábitos saudáveis e que participa de uma boa convivência social e familiar, terá menos riscos de começar a fumar na adolescência.
Quando os pais fumam, fica mais difícil, pois é contraditório pais fumantes dizerem aos filhos que não fumem. O melhor conselho é que, se você quer filhos fumantes, o primeiro passo é que os pais não sejam fumantes.
E se ele insistir em fumar
Nesse caso, a melhor saída é responsabilizar o adolescente por uma escolha de adulto que ele está fazendo. Quando se trata de um adolescente mais jovem, os pais devam procurar entender a função do cigarro na vida do filho. É importante conversar, informar sobre os perigos, tudo sem infantilizar ou tratar o adolescente como irresponsável, mas ao contrário, ele deve entender que ele é responsável pela escolha e deverá arcar com as consequências. Um dos recursos que pode ajudar nesse caso é fazer com que o filho sustente financeiramente o próprio vício.