A dieta da lua é baseada na ideia de que as mudanças de fases da lua exercem uma influência nos líquidos do nosso organismo. Ela consiste na ingestão de nada além de líquidos com baixo teor de calorias, durante 24h, nos dias de mudanças das fases da lua ou quatro vezes por mês – basta olhar no calendário. Durante este período os alimento sólidos são proibidos, sendo substituídos por sopas liquidificadas, muita água (mais de 3 litros por dia), chás, cafés e iogurtes (sempre sem adição de açúcares).
Como esta dieta baseia seu programa alimentar de acordo com as fases da lua, para cada fase há uma explicação: a lua nova auxilia no início do regime e no controle da gula. A lua crescente provoca uma tendência a engordar, logo, um cuidado extra com a alimentação deve ser tomado nessa fase. Na lua minguante, ocorre uma diminuição da compulsão alimentar, o que facilita a eliminação de líquidos retidos pelo organismo, que voltarão em seguida na lua cheia.
A pessoa que seguir a dieta da lua pode perder até 1 kg por semana, com a condição de que ela mantenha uma alimentação balanceada e com calorias moderadas nos dias fora da dieta. Caso contrário, o peso pode voltar com tudo. “Seguir uma dieta dessas apenas uma vez por semana não vai fazer mal a ninguém, mas também não fará emagrecer se no restante do mês a pessoa continuar cometendo os excessos alimentares a que está habituada”, esclarece o endocrinologista e nutrólogo Wilmar Accursio, de São Paulo.
Esta dieta alcançou bons resultados, fazendo com que inúmeras pessoas em busca da perda de peso se tornassem adeptas a ela. Contudo, a maior parte dos especialistas da área nutricional não a recomendam. Como se não bastasse, estudos científicos que comprovem suas teorias nunca foram realizados. “Mesmo que haja retenção de líquidos, é difícil imaginar como a lua influencia o organismo. Apenas o cardápio hipocalórico da dieta da lua não alteraria as células de gordura do corpo, que para emagrecer precisam ser queimadas, o que só acontece com baixo consumo de calorias ou por meio de exercícios físicos”, explica a nutricionista Eneida Bomfim.
Como funciona
A pessoa que quiser seguir a dieta da lua deve, durante os quatro dias de mudança da lua, ingerir apenas sopas de legumes liquidificadas, iogurtes, sucos, chás, cafés e muita água. O recomendado é que ela tome um suco de frutas de manhã e outro duas horas depois, variando o tipo de fruta. As sopas batidas devem ser tomadas na hora do almoço. Prefira legumes como chuchu, espinafre, cenoura, abobrinha, repolho, cebola (evite batatas, pois elas são ricas em calorias).
Duas horas depois, a pessoa deve ingerir um suco reforçado de frutas contendo grandes quantidades de fibras (como a maçã, mamão, abacaxi, framboesa, laranja ou melancia) combinado com um tipo de verdura (couve ou espinafre) e um tipo de hortaliça (manjericão, hortelã, aipo, aspargo). Duas horas mais tarde, o suco de uma fruta de sua preferência deve ser repetido. Duas horas depois, a mesma coisa (copo de suco de sua preferência). Mais duas horas passadas e outro prato de sopa batida com um legume deve ser ingerido. Para terminar o dia, um copo de suco de frutas, duas horas depois da sopa.
O consumo de chás e outros cafés sem açúcar é liberado durante o dia inteiro. Alimentos doces devem ser evitados, com raríssimas exceções.
Contraindicações
A dieta da lua não apresenta nenhuma contraindicação, desde que a pessoa retorne, em seguida, aos seus hábitos alimentares. “Pode acontecer de no dia seguinte a pessoa acordar fraca, por falta de nutrientes como proteínas, carboidratos e gorduras. É melhor evitar seguir a dieta por períodos longos, pois pode ocasionar em alguma deficiência ao organismo. A falta contínua de um ou mais alimentos específicos (carne, arroz, feijão, batata, pão, queijo, leite, ovo) pode causar anemia, além de mau-humor e fraqueza, quando termina o período de ingestão de líquidos” alerta a endocrinologista Iracema Piai, de Goiânia.
