Guia do Câncer

Conheça os sintomas e saiba como tratar o linfoma

Por Redação Doutíssima 19/06/2015

O tratamento para o câncer tem evoluído, principalmente quando descoberto precocemente. É possível fazer exames específicos após o diagnóstico que identifica o tipo de tumor e iniciar o tratamento adequado. Mas, no caso do Linfoma de Hodgkin, que atinge adolescentes e adultos jovens, embora as chances de cura sejam altas, a expectativa de sobrevida pode reduzir drasticamente para quem não responde às terapias convencionais.

Isso traz um impacto emocional enorme para os pacientes, familiares e amigos. Dados da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) mostram que 68% dos pacientes procuraram o médico menos de 1 mês após identificar os primeiros sintomas, porém o tratamento demorou mais de seis meses para ser iniciado em 42% dos casos.

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Cada dia de tratamento faz diferença quando se trata de uma doença grave. Foto: iStock, Getty Images

Com o aumento do número das terapias personalizadas, se torna preponderante o papel do médico para definir o tipo correto e fazer com que paciente receba o tratamento mais adequado, como afirma o hematologista Otávio Baiocchi, chefe da disciplina de Hematologia e Hemoterapia do Hemocentro da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Diagnóstico do linfoma é complexo

De acordo com ele, o diagnóstico de linfoma e a definição correta dos seus subtipos não é fácil e cabe ao patologista esta tarefa. No Brasil, segundo Baiocchi, há uma carência muito grande de profissionais especializados no diagnóstico desse tipo de câncer.

Por isso, há iniciativas no país para garantir a presença de patologistas treinados para fazer a análise de modo rápido e assertivo. Um dessas ações é o HEMO.Educa Linfomas, programa de educação e desenvolvimento continuado à distância criado pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH).

O projeto é voltado para hematologistas, hematopatologistas, residentes de hematologia e profissionais da saúde envolvidos no tratamento de doenças hematológicas e tem como objetivo possibilitar treinamento aos participantes por meio de acesso a conteúdos científicos e aulas pela internet. Criado em 2013, o programa já formou mais de 445 profissionais.

Os linfonodos estão muito próximos à pele, por isso os sintomas do linfoma incluem o  aumento deles em locais como a pele, pescoço, axila e virilhas, sem dor. Tosse, falta de ar e dor torácica também são sintomas da doença. Se ela se manifestar no abdômen ou na pelve, haverá sensação de distensão abdominal depois das refeições.

Dificilmente o problema começará nos ossos, pulmões ou pele. Mas, se isso ocorrer, aparecerão sintomas como dor no peito e nos ossos, tosse, erupções e nódulos. Outra coisa rara é o gânglio aumentado e com dor durante horas depois do consumo de álcool em grandes quantidades.

 

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Novidades no tratamento contra o linfoma

A mais recente inovação no Brasil na área é o lançamento de Brentuximabe Vedotina, medicamento desenvolvido pela Takeda para o tratamento do linfoma de Hodgkin (LH) e o linfoma anaplásico de grandes células sistêmico (LAGCs) recidivados e refratários.

O novo medicamento faz parte das terapias-alvo com ação específica nas células tumorais preservando as células sadias, causando menos efeitos colaterais. É uma nova opção para pacientes que antes não tinham tratamentos bem-sucedidos.

Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no ano passado, a nova droga deve começar a ser distribuída em 2016. É a primeira grande novidade nessa área nos últimos 20 anos, suprindo uma necessidade não atendida para pacientes com esses dois tipos de câncer.

Tipos de linfoma

O linfoma se apresenta em três tipos, conheça melhor cada um deles:

Não-Hodgkin (LNH): neoplasia do sistema linfático na qual as células brancas do sangue, responsáveis pelas defesas do organismo, começam a se modificar e multiplicar sem controle, formando tumores. Pode ser indolente (de crescimento lento), agressivo (de crescimento rápido) ou possuir características de ambos os tipos. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de 9,7 mil novos casos de LNH no Brasil em 2014.

De Hodgkin (LH): câncer raro e altamente curável do sistema linfático, mais comumente observado em adolescentes e adultos jovens. A doença surge quando um linfócito se transforma em uma célula maligna, capaz de crescer descontroladamente e multiplicar-se pelo organismo. A cada ano, mais de 62 mil casos de LH são diagnosticados no mundo – aproximadamente 4 mil novos casos no Brasil –, 60% dos quais em homens e 40% em mulheres.

Anaplásico de Grandes Células (LAGC): subtipo de linfoma não-hodgkin, muito raro e agressivo, que acomete principalmente os nódulos linfáticos. Existem dois tipos diferentes de LACG, o cutâneo primário e o sistêmico.

 

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