Ver televisão é algo tão importante para as pessoas e tão presente nas casas que dizer que o aparelho faz parte da família é uma realidade. No entanto, também é um ato perigoso, porque o objeto acaba desempenhando o papel de pais e educadores de forma errada.
Família é mais importante que ver televisão
Assim, é preciso pensar no limite para o uso desse aparelho. É uma questão básica, principalmente no que se refere ao tempo que a criança dedica para ver televisão. É algo bem relativo de determinar, porque exige bom senso dos responsáveis.
O importante é preservar tempo para interagir, conversar e brincar, sem que a TV ou o computador acabem “ocupando” o espaço de convívio, contato e troca de afetos entre as pessoas, como explica a psicóloga Silvana Magayevski da Silveira.
“Tenho visto frequentemente algumas mães alimentando seus filhos pequenos enquanto eles estão entretidos com desenhos em aparelhos eletrônicos. Faço uma crítica a isso, pois este deveria ser um momento para que eles pudessem interagir e fortalecer a relação de afeto”, assinala a psicóloga.
Assim, ela questiona que tipo de relações estão sendo ensinadas através desse convívio. “As crianças aprendem a partir da forma que são ensinadas”, reforça a psicóloga.
Outro aspecto a ser analisado que diz respeito a ver televisão é: como controlar o tipo de programação e de que forma avaliar o que eles podem assistir? De acordo com Silvana, a única maneira de saber o tipo de programa que a criança ou adolescente está assistindo é sentar com ele e assistir junto.
O adequado é conversar sobre aquilo que está acontecendo e escutar a criança, ouvir sobre as percepções, “Se os pais acharem que a programação está inadequada para a idade, deverão ser bem claros e ter uma posição firme. E se a criança reagir de forma agressiva, cabe aos pais suportar e explicar à criança as razões”, comenta a psicóloga.
Ver televisão de forma errada é prejudicial
Ao longo do crescimento, a criança vai, aos poucos, adquirindo compreensão das coisas que a rodeiam, além de desenvolver mecanismos de defesa para suportar certas percepções e afetos despertados por determinados eventos.
Caso ao ver televisão a programação não esteja adequada para a idade, ou que estimule muito as condições emocionais ou perceptivas, essas podem até mesmo causar sequelas emocionais negativas para uma saudável estruturação de personalidade, ou evidenciar valores destrutivos para o desenvolvimento adequado.
Dessa forma, Silvana explica que há alternativas bem positivas no lugar de ver televisão. Conversar, brincar, dar atenção, carinho e afeto.
Ao oferecer uma oportunidade de interação com o filho, além de proporcionar um modelo de identificação pessoal, é possível fortalecer os laços afetivos entre os membros da família e abrir um espaço para transmissão de valores.
Através dos jogos, os pais poderão ensinar a criança a tolerar frustrações, a saber ganhar e perder, a lidar com seus afetos e emoções.
“Porém, para que isso aconteça, os pais também necessitarão lidar com suas próprias tolerâncias e afetos. E eventualmente é esta a real dificuldade que faz com a televisão ou aparelhos eletrônicos sirvam de ‘babá'”, completa psicóloga.
Cabe citar, no entanto que as programações (desenhos ou filmes), muitas vezes, servem para que alguns sentimentos sejam entendidos e até mesmo elaborados. Quando assistidos de forma adequada, e de acordo com a idade, possuem aspectos positivos e favoráveis.
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