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Transtorno bipolar pede acompanhamento psicológico

Por Redação Fortíssima 10/07/2016

No dia a dia, quando uma pessoa apresenta uma alteração rápida no estado de humor, é comum a intitularmos de bipolar. Mas é preciso ter atenção à banalização do termo. O transtorno afetivo bipolar do humor (TAB) é uma doença de saúde mental que pode proporcionar grande sofrimento.

De acordo com o psiquiatra José Alberto Del Porto, o TAB é caracterizado pela variação brusca e extrema de temperamento, em que uma hora a pessoa está eufórica, feliz e satisfeita e, no momento seguinte, em depressão profunda. De acordo com a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), o distúrbio atinge 4% da população brasileira.

Bipolar

Transtorno bipolar prejudica as relações do indivíduo. Foto: iStock, Getty Images

Sintomas do transtorno afetivo bipolar

No filme Garota Interrompida, de 1999, a atriz Winona Ryder interpreta Susanna Kaysen, uma garota que sofre de TAB. No filme, sua personagem diz a seguinte frase: “sei exatamente como é querer morrer, como dói sorrir, como você tenta se ajustar e não consegue, como você se fere por fora tentando matar o que tem dentro”.

A citação reflete os sentimentos de quem sofre do transtorno. Conforme salienta Del Porto, a bipolaridade é caracterizada pela ocorrência de fases maníacas, depressivas e pelos estados mistos (sintomas de mania e depressão ao mesmo tempo).  Entre os indícios de ambas as fases é possível citar alguns em especial.

Nas fases maníacas, o paciente apresenta humor excessivamente animado, exaltado, eufórico. Geralmente, confiança e otimismo de forma exagerada também fazem parte do quadro, assim como aumento do impulso sexual, insônia e dificuldade de concentração.

Quando o paciente entra na fase depressiva, ocorre perda de interesse e prazer nas atividades, sensação de tristeza e vazio, irritação, falta de apetite, excesso de sono, fadiga, perda de energia, sentimentos de perda de esperança, pessimismo e culpa. Pensamentos de morte e suicídio costumam acompanhar o quadro.

Conforme explica o psiquiatra, de acordo com as classificações oficiais, o transtorno bipolar pode ser dividido entre dois tipos. No tipo I, há fase maníaca plena e depressão maior (menos comum). Já no tipo II, a depressão é alternada com hipomanias – manias de menor intensidade e duração (mais comum).

Tratamento da bipolaridade

O distúrbio bipolar pode ser associado a fatores genéticos, alterações em certas áreas do cérebro e nos níveis de vários neurotransmissores – e ainda pode ter relação com fatores externos. Os sintomas repercutem no comportamento do indivíduo e afetam suas relações pessoais e profissionais. Por isso, o tratamento é fundamental.

A partir do diagnóstico, que considera uma série de fatores, como a duração dos sintomas e as alterações no funcionamento do organismo, o psiquiatra poderá conduzir o tratamento mais indicado. Em muitos casos, é necessário o uso de medicamentos estabilizadores de humor, além de acompanhamento psicoterápico.

A bipolaridade é uma condição crônica, que não tem cura. Mas com o tratamento e a adoção de alguns hábitos, é possível garantir mais qualidade de vida e bem-estar. Del Porto sugere que pessoas com TAB busquem dormir e acordar em horários regulares e evitem o consumo de álcool e drogas, que podem precipitar crises.

Participar de grupos de psicoeducação, que ajudam o paciente a lidar com a doença, controlar os sintomas e prevenir crises é uma ótima medida. Assim, é possível conviver com o transtorno com mais qualidade de vida.

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