Carnaval é época de aproveitar a vida e cair na folia. No entanto, muitas pessoas confundem a curtição e as festas que vão até o dia raiar com assédio sexual. Para mudar essa realidade, duas campanhas têm chamado a atenção no país. O objetivo é incentivar que a mulher que se sentir abusada ligue 180 e também conscientizar os homens.
Ligue 180 e denuncie
Inspirado no clássico Pelo Telefone, da interprete Donga, que nesse ano completa 100 anos, a campanha #MeuNúmeroÉ180 serve com um alerta para a prevenção da violência contra as mulheres. A iniciativa visa incentivar a busca por serviços públicos especializados na atenção às vítimas por meio do 180, número da Central de Atendimento à Mulher.
A campanha, criada por mulheres e para mulheres, foi desenvolvida pelas agências The Aubergine Panda e Lynx, frente aos inúmeros depoimentos e manifestações que tomaram conta das redes sociais em 2015, com histórias de assédio e violência.
As idealizadoras aproveitaram o carnaval – período de diversão, mas também de relatos de abusos – e o aniversário do samba centenário para conscientizar a população e evitar que a festa termine marcada de um jeito ruim.
“Pensamos em uma forma de tirar as ideias do papel e dar voz às mulheres. Percebemos que em um século muita coisa evoluiu, mas quando o tema é assédio, foliões parecem ter parado no tempo”, explica a diretora-geral da The Aubergine Panda, Letícia Galvão Bueno.
A #MeuNúmeroÉ180 pode ser acompanhada no site oficial da campanha. Personalidades e celebridades vinculadas com o samba, como Paloma Bernardi e Roberta Miranda, por exemplo, endossam a iniciativa.
Pode e não pode
Com um tom mais didático e adotando uma linguagem jovial – usada nas redes sociais -, a campanha Respeita as minas, as monas e os manos – pode e não pode é uma iniciativa da prefeitura de São João del Rei, em Minas Gerais.
A campanha funciona como uma espécie de guia de conduta, mostrando o que pode ou não pode ser feito neste Carnaval. O objetivo é conscientizar os foliões e evitar que as mulheres precisem passar pelas mesmas situações desagradáveis de sempre.
O diferencial da iniciativa é o uso de heroínas e figuras representativas de mulheres poderosas, que encorajam a denuncia por parte do público feminino em caso de conduta inapropriada. Como a própria campanha cita: “Deu ruim? Não fique calada! Denuncie pelo 180”.
Números alcançados pelo 180
A Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180, tem sido uma importante aliada no combate à violência feminina. Até 25 de novembro do ano passado, mais de 4,7 milhões de atendimentos haviam sido realizados.Neste período, 552.748 das ligações recebidas foram relatos de violência. Os principais tipos foram a física (56,72%) e a psicológica (27,74%).
O serviço é gratuito e está disponível 24 horas por dia no Brasil e em outros 16 países. Além de realizar atendimentos e servir como disque denúncia desde 2014, o Ligue 180 também dá orientações e esclarece dúvidas frente a assuntos referentes à segurança da mulher.
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