Todos sabemos que fumar é nocivo para a saúde, mas às vezes esquecemos que o vício pode prejudicar a saúde dos outros também. Cigarro durante a gravidez é altamente perigoso para o seu bebê, pois a exposição à nicotina no período de gestação altera o desenvolvimento cerebral, induz parto prematuro, produz bebês de baixo peso e, muitas vezes, pode levar ao aborto espontâneo. Além do mais, bebês que foram expostos ao cigarro durante a gravidez apresentam uma maior probabilidade de adquirirem o vício na vida adulta.
Um estudo baseado na administração de pequenas doses de nicotina em ratas gestantes, ajudou a esclarecer os mecanismos pelos quais a exposição do feto à nicotina produz alterações de longo prazo e o resultado foi surpreendente.
O resultado obtido através da quantidade de nicotina utilizada nas ratas seria o correspondente a uma mulher grávida fumar um cigarro por dia. Depois da análise dos cérebros dos filhotes, constatou-se um aumento do número de células nervosas em determinadas regiões do cérebro. Estas células nervosas são responsáveis pela produção de substâncias conhecidas como orexigenas (aumentam o apetite). Estes filhotes, quando adolescentes, apresentaram uma alteração de comportamento caracterizada por um aumento de consumo de substâncias que produzem a sensação de recompensa.
Os pesquisadores compararam a reação de ratos adolescentes quanto à oferta de soluções de nicotina, de álcool e de alimentos ricos em gordura, além da água pura e da ração normal. Os ratos que foram expostos à nicotina na vida intraulterina apresentaram um consumo aumentado dos três componentes (nicotina, álcool e gordura), já os animais que não receberam a substância através da mãe durante a gravidez, possuem naturalmente hábitos mais saudáveis. O efeito é especifico sobre substâncias que produzem sensação de recompensa e levam ao vício, pois não foi constatado aumento do consumo de água, ração ou outra subtância não aditiva.
Está provado que a exposição do feto à nicotina produz efeitos a longo prazo que podem levar à dependência química e obesidade.
Portanto, fumar na gravidez, além de pôr em risco a vida do bebê, pode definir, talvez definitivamente, a vida adulta do seu filho.
Fonte: ABC da Saúde
