Cirurgia Plástica > Clínica Geral > Saúde

Jovens realizam mais cirurgia plástica

Por Redação Doutíssima 14/04/2013

images

O desejo era antigo, mas foi há apenas quatro meses que a universitária Conchita Gusmão, 20, conseguiu fazer a rinoplastia, cirurgia plástica para melhorar a aparência e a proporção do nariz.

Conchita não estava satisfeita, mas se considerava muito jovem para fazer o procedimento antes dos 18 anos. “Não tenho nada contra quem faz cirurgia plástica antes desta idade, mas eu e minha família, com a orientação do médico, achamos melhor esperar. Me sinto mais segura agora”, diz.

A procura por plástica entre jovens é cada vez mais comum no Brasil. De acordo com a pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), 12% dos pacientes que buscam um especialista têm até 18 anos.

consorcio-de-cirurgia-plastica

Este período, entretanto, é marcado por diversas transformações corporais, hormonais e comportamentais e alguns especialistas afirmam que a decisão de fazer uma cirurgia plástica na adolescência deve ser pensada com cuidado.

“Muitas adolescentes pedem aos pais uma prótese de silicone como presente de 15 anos. O que deve ser levado em consideração são os riscos de se fazer uma intervenção desta antes da hora, sem obedecer limites. O papel dos pais é decisivo nesta situação”, afirma o membro titular e especialista da SBCP, Edvan Leite.

Não há restrição de idade para fazer a cirurgia plástica, desde que haja a autorização dos pais ou responsável pelo adolescente. Assim como os adultos, o jovem passa por todos os exames médicos necessários para, só então, ser liberado para a cirurgia.

Necessidade – A recomendação é que o procedimento não seja realizado em pessoas em desenvolvimento, para não correr o risco de interferir na estrutura corporal.

“Tem sido cada vez mais comum recebermos pacientes para fazer correção de uma cirurgia para colocação de prótese, por exemplo, porque com o tempo o seio da adolescente cresceu e acabou ficando grande demais”, diz o cirurgião Edvan.

O ideal, diz o médico, é que a plástica seja feita no momento em que há plena maturidade corporal e isso pode ser obtido aos 16 anos, por exemplo, nos casos de garotas que menstruam cedo.

“Ela já vai ter seu corpo todo formado, suas mamas não crescerão mais, então é possível fazer uma cirurgia de aumento dos seios”, explica.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica- Regional Bahia (SBCP-BA), Geza Urmenyi, a mídia é um dos principais motivos que influenciam nesta decisão.

“O padrão de beleza que é imposto no dia a dia pela moda, as novelas, a publicidade massiva neste sentido acabam levando muitas dessas garotas a desejarem ter um corpo perfeito”, afirma.

Atualmente as cirurgias plásticas mais requisitadas pelas adolescentes são de aumento e redução de mama, lipoaspiração para eliminar gorduras, rinoplastia e otoplastia (orelha de abano).

Em boa parte dos casos, o desejo é puramente estético, mas há outros em que há necessidade por questões de saúde como o caso de jovens que possuem mamas muito pesadas, que causam problemas na coluna. São as chamadas cirurgias reparadoras.

A cirurgia do nariz (rinolplastia) é um outro caso, já que também pode corrigir dificuldade respiratória causada por anormalidades estruturais no nariz.

“Há casos que, realmente, os procedimentos são necessários, por isso não têm como predeterminar a idade”, diz o cirurgião, Edvan Leite, que é  membro da Federação Ibero-Latino Americana de Cirurgia Plástica.

Insatisfação – De acordo com a SBCP, são efetuadas mais intervenções estéticas (73%) que reparadoras (27%). Para o cirurgião plástico, Geza Urmenyi, entretanto, a linha que separa o desejo puramente estético da necessidade física é tênue.

O profissional afirma que a Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como o completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença.

“A maioria das pessoas que nos procuram tem uma insatisfação no corpo que acaba gerando problemas de relacionamentos sociais. Então, há um problema que não é físico, mas psicológico que está interferindo na vida dessa pessoa”, diz o médico.

O especialista afirma que para a realização de qualquer cirurgia plástica, é importante que se faça uma análise detalhada sobre as condições físicas e psicológicas de cada paciente.

“Em alguns casos, o problema do paciente é psicológico e fazer uma cirurgia plástica não vai resolver o problema dele. Tentamos encaminhá-lo para terapia, mas muitos não vão e fazem a cirurgia com outro profissional”, diz.

Texto: Portal A Tarde