Quando falamos de síndrome a ideia que nos vêm a cabeça é de uma doença crônica, incurável e devastadora.
Mas o que não sabemos é que as síndromes em especial a Síndrome do Pânico estão muito mais presentes e próximas de nossa rotina do que possamos imaginar.
Aliás, imaginar é a chave principal que o agente dessa síndrome utiliza para nos convencer.
Estou falando do Medo.
O medo é um sentimento essencial para a vida do ser humano, biologicamente falando o medo é dispositivo que ativa nosso instinto defensivo e de ataque caso precisemos resistir à alguma situação que comprometa nossa evolução ou existência.
A característica principal do desenvolvimento dessa síndrome é a alteração cardíaca inesperada, seguida de desespero e pensamento de morte. Ou seja, a pessoa sente medo de morrer instantaneamente, logo, fica desesperada e a pulsação sanguínea aumenta, podendo muitas vezes ser muito perigosa essa ocorrência, principalmente em pessoas que sofrem de pressão alta ou algum outro problema cardíaco.
A síndrome do pânico tem um percurso bastante característico. O paciente típico é uma mulher (o quadro é duas a quatro vezes mais frequente em mulheres), mas a doença também pode ocorrer com evolução e sintomas idênticos nos homens. Atribui-se essa frequência maior no sexo feminino à sensibilização das estruturas cerebrais pela flutuação hormonal, visto que a incidência de pânico, medo e indecisão aumenta no período fértil da vida.
“Geralmente, depois da primeira crise, ocorrem outras – duas a quatro por semana – que vêm e passam. A partir de então, num período que se estende de um até cinco anos, uma série de consequências começa a manifestar-se. A pessoa tranquila de antes torna-se tensa por dois motivos especiais: a expectativa da próxima e inesperada crise e, paradoxalmente, porque a tensão protege contra o pânico. Se antes possuía uma personalidade relaxada e autoconfiante, fica insegura e leva uma vida mais restrita por causa da agorafobia que se instalou. A longo prazo, 60% dos pacientes com pânico apresentam depressão e 12% tentam suicídio.”
Tratamento:
Fonte: Dr. Márcio Bernik – “O que se sabe hoje é que a técnica de combinar medicamentos e terapia comportamental é mais eficiente, pois é muito penoso para o paciente adotar um programa comportamental baseado na exposição a situações que provocam pânico, sistematicamente, de forma gradual e progressiva, até que ocorra a dessensibilização.
A terapia de exposição baseia-se na capacidade de o ser humano habituar-se ao estresse. É como se assistisse a um filme de terror 15 vezes. Na primeira vez, os cabelos ficam em pé. Na segunda, como já sabe o que vai rolar e que vai espirrar sangue no teto, a reação é menos intensa. Na última, o filme não desperta mais nenhuma resposta emocional. Todavia, os pacientes aceitam melhor o tratamento e melhoram mais depressa se simultaneamente tomarem antidepressivos, medicação que se torna obrigatória para os 60% daqueles que têm depressão associada ao pânico.”