Saúde Mental

Como lidar com a finitude humana?

Por Rafaela Monteiro 10/10/2013

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Não é nada fácil lidar com a finitude humana. Falando a grosso modo, lidar com a morte não é nada agradável. Desde sempre que se discute e se pensa essa questão e, ao mesmo tempo, não se quer discutir, muito menos pensar. Melhor não falar, não mencionar, muito menos lembrar sobre essa possibilidade. Vamos fingir que ela não existe e fica tudo certo.

O fato é que pensar na nossa finitude e na finitude dos nossos queridos não é fácil, pra ninguém. Mas a grande verdade é que esse é o fim de todos nós, por pior que seja ouvir isso. Muitos têm medo não só do fato em si, mas até mesmo de falar sobre o assunto.

Por isso, não vou me alongar no lado negativo, vou tentar pensar no que de positivo podemos tirar dessa realidade.

 

Lidando com a vida

Enquanto excluímos essa verdade não lidamos com a vida em sua plenitude. Será? Pode ser que sim ou que não. Mas se considerarmos que teremos um fim, que os outros que amamos também terão, que nossa vida é passageira e que estamos aqui sem saber até quando, acredito que nossa postura diante de nós mesmos e dos outros será diferente. Um dos grandes traumas que uma pessoa pode enfrentar é uma morte repentina de um ente querido.

Especialistas afirmam que quando a morte provém de uma doença, de um, digamos, “processo” de enfermidade, fica de certa forma mais fácil lidar com a perda. O problema maior vem quando ela ocorre de repente, do nada, sem esperarmos. Alguém sai de casa para trabalhar e não retorna. Uma viagem que acaba em tragédia, ou algo do tipo. Quando esse tipo de coisa acontece nos deparamos com algo que não queremos nem falar, quanto mais enfrentar. E dói. Dói muito. Seja de que forma for, nunca estamos completamente preparados para uma perda definitiva e sem volta como a morte. Ela abre uma ferida que muitas vezes nunca se fecha. Nunca cura. Apesar de poder ser amenizada e tratada.

 

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Viver é o melhor remédio 

Viver é o melhor remédio diante de um provável fim dessa mesma vida. Amar e cuidar daqueles que amamos. Perdoar, pedir desculpa. Recomeçar. A vida é uma caixa de surpresas. Sempre imprevisível. O mundo está sempre dando voltas. Não sabemos o que nos reserva nosso amanhã, então, viver da melhor forma que pudermos, dentro das melhores possibilidades que encontrarmos, pode ser uma forma de lidar com a finitude que tanto tememos.