Saúde Mental

Saiba mais sobre o conceito de Normal X Patológico

Por Rafaela Monteiro 04/11/2013

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Quando queremos discutir a questão da normalidade, da patologia e do diagnóstico, devemos pensar como essas categorias se constituem na sociedade. Como elas se estabelecem e como nos atravessam enquanto profissionais e não profissionais da área de saúde.

Nosso objetivo nesse momento é discutir a questão do normal e do patológico a partir da visão da fenomenologia.

 

A fenomenologia

A proposta da psicologia fenomenológica é uma postura de se abrir ao novo, de disponibilidade de se admirar àquilo que se dá no encontro entre as pessoas. O método da redução fenomenológica, traz a proposta de colocarmos nossas teses e conceitos entre parênteses, suspendê-los temporariamente, para que possamos ser impactados pelo fenômeno que se dá na experiência com o outro pois o que se acredita é que quando estamos tomados pelo olhar categorizante, perdemos a riqueza do encontro com o outro, deixamos de nos afetar. E, no entanto, podemos deixar de ver todas as possibilidades que estão para além das categorias, patologias e diagnóstico.

 

Diagnóstico

Ao oferecer um diagnóstico, estamos construindo uma “tese”, porém essa tese na verdade é construída a partir de outras que fazem parte e constituem aquela pessoa. Assim como a criação de novos significados é sempre uma re-significação, afinal sempre vai haver teses e significados anteriores que devem ficar suspensos no encontro com o outro. E essas teses que estão “no fundo” são da psicologia, mas também devem ser sociológicas, antropológicas, políticas, dentre outras. A questão aqui colocada é que um olhar engessado pelo diagnóstico a priori que vai impedir que novos significados possam emergir.

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Podemos aqui citar a questão da neurose, que se constituí na repetição de comportamentos disfuncionais, caracterizando de certa forma uma patologia, porém, esse diagnóstico dado não deve ser de forma categorizante, pois o que vai se dar como mais importante é o que aparece na relação, no aqui agora, no momento do sujeito, não priorizando um diagnóstico pré estabelecido.

 

Disponibilidade

Por isso devemos dizer que o diagnóstico e as ditas patologias não devem se colocar como prioridade, pois estes devem figurar como pano de fundo em nossos encontros. O que devemos dizer nesse momento é que o encontro com o outro, que é desconhecido, estranho, imprevisível, deve se dar em um sentido de descentramento, ou seja, de tirar o eu do centro. Isso acontecerá na medida em que nos colocamos disponíveis, abertos a esse encontro com o outro e com o mundo ao redor, pois assim temos a possibilidade de criar novos significados e representações.