Tenho falado sobre o tema da adoção nos últimos posts. Esse tema, sem muitos motivos aparentes, sempre me chamou muito a atenção.
Para falarmos de casos de adoção que foram bem sucedidos precisamos definir o que seria a expressão “bem sucedido”. Pensamos em abordar essa expressão se referindo a casos em que as famílias conseguiram construir laços de filiação através do amor e do afeto. E onde puderam estabelecer relações saudáveis entre pais e filhos.
Como e quando uma adoção pode ser considerada bem sucedida?
Primeiramente, como disse em um post anterior, quando a adoção é feita a partir da verdade dos fatos. A verdade precisa ser dita. Muitos não contam a verdade ou contam mentiras como: “sua mãe morreu no parto e por isso não pode cuidar de você”. Acreditando que isso pode ajudar a criança a não ter um sentimento de rejeição. Porém, o efeito de mentiras como essa podem ser catastróficas. A criança pode se sentir culpada pela morte da mãe ou até mesmo ficar imaginando que se ela não existisse a mãe poderia estar viva e feliz. Sentimento de culpa que podem ser muito prejudiciais. Mas isso é só um exemplo.
A confiança e relacionamentos saudáveis se perpetuam através da verdade, da honestidade e do diálogo. Além disso, a verdade não permite lacunas que podem provocar sentimentos ambíguos e dúvidas, abrindo espaço para uma relação saudável e bem sucedida.
Visão realista
Uma visão realista sobre as dificuldades e percalços que o processo da adoção pode ter, ajuda a enfrentar os problemas que podem surgir e assim superá-los. Filhos até mesmo biológicos podem trazer alguns problemas e dificuldades. Atrelar toda e qualquer dificuldade ao fato da criança ser adotada não é nada bom e muito menos real.
Verificar a motivação para adoção e trabalhar o luto do filho perdido ou idealizado, assim como elaborar qualquer dificuldade quanto a esterilidade ou outros problemas pré adoção ou que possam ter impulsionado a mesma, ajudam bastante. A ajuda e orientação de profissionais especializados é de grande valia, e também a preparação e habilidade para lidar com os desafios durante todo o processo.
E antes de tudo, ser uma pessoa com grande capacidade de amar e de ser amada. O amor, por mais clichê que essa frase possa parecer, pode ser o ingrediente principal para a verdade, o enfrentamento de desafios, o processo de preparação e tudo mais relativo ao ato de adotar. E principalmente, antes de qualquer coisa, para o estabelecimento de laços sinceros de afeto e filiação.