Você costuma comer muitos alimentos industrializados e gordurosos? Passa o dia sentado e não faz atividades físicas? Se você passa muitas horas sentado, come muito em fast-foods, comidas congeladas, frituras, enlatados, exagera na carne vermelha, fuma e bebe exageradamente, suas chances de adquirir um colesterol alto aumentam consideravelmente. Além desses fatores, a hereditariedade pode determinar um colesterol alto mesmo em pessoas que não têm esses hábitos.
Esse é o caso da enfermeiraTochie Massuda. Descendente de japoneses, ela sempre teve uma vida alimentar baseada, principalmente, em verduras e legumes. Uma dieta pobre em gorduras, sal, praticamente sem frituras e com baixo consumo de carnes.
Há três anos, nos seus exames preventivos anuais, ela descobriu que seu colesterol estava alto e, sem conseguir abaixá-lo, mesmo praticando exercícios assiduamente de segunda à sexta, entre ginastica localizada, alongamento e circuito aeróbico, teve então que recorrer aos medicamentos.
“Se eu não tivesse passado pelo meu (exame) preventivo eu nem sabia que estava com o colesterol elevado. Tanto que nas minhas atividades físicas eu não sinto nada. O perigo do colesterol alto é não sentir nada e quando você se depara já está com as artérias entupidas e pode até ter um enfarto que não esperava”, relata Tochie.
O médico de Tochie apontou então o fator hereditário como o causador do desequilíbrio, uma vez que sua mãe e seus irmãos também têm colesterol elevado. Mesmo o fator hereditário sendo importante, não podemos esquecer do fator alimentação e exercícios, além do cigarro e excesso de bebida alcoólica.
Sabia que existe o colesterol ruim e o bom?
Existem basicamente dois tipos de colesterol: o LDL (Low-density lipoprotein), conhecido como “colesterol ruim” e o HDL (High-density lipoprotein), o famoso “colesterol bom”. Eles são consumidos juntos e dentro do organismo são fracionados. O LDL ajuda a transportar a gordura para o fígado, eliminando-a, e o HDL leva para os tecidos e facilita o seu acúmulo nos vasos sanguíneos.
Segundo a nutricionista Maria Emília França, do Hospital Federal Cardoso Fonte, no Rio de Janeiro, o colesterol é um conjunto de gorduras necessário para o organismo exercer algumas funções, como a produção de determinados hormônios. Portanto, precisamos dele, mas é preciso ingeri-lo de forma equilibrada para manter as taxas regulares.
Alimentação saudável
A nutricionista Maria Emília alertou para o perigo de vários alimentos, em especial o consumo de carnes muito gordurosas, como carne de porco e linguiças, mas também queijo amarelo, biscoitos, pizzas, salgados, e comidas fritas. “Não é aconselhável comer carne vermelha todo dia. É preciso variar com carnes brancas ou carne de soja. Peixes são excelentes para ajudar no controle do colesterol. E se for consumir carne vermelha é melhor que não seja frita.”, sugere Maria.
Entre os alimentos que ajudam a regular o colesterol, a nutricionista cita principalmente os ricos em fibra, como aveia, alimentos integrais em geral (pão, arroz, macarrão), castanhas, nozes. Ela enfatizou ainda a importância das frutas, principalmente as vermelhas (morango, goiaba, acerola), mas também uva. “Deve-se comer de 3 a 4 porções de frutas por dia”, recomenda Maria Emília. Legumes e verduras também devem ser alimentos diários na mesa das pessoas. Porém, lembra Emília, esses alimentos tem que entrar na dieta junto com a retirada dos mais gordurosos.
“Comer pizza, ir ao fast-food, comer enlatados e congelados não tem problema quando é eventualmente. O problema é trocar sua refeição tradicional por hambúrguer. A frequência exagerada do consumo desses alimentos é o que está adoecendo as pessoas”, explica a nutricionista Maria Emília.