Primeiros Socorros

Leptospirose: como socorrer uma vítima da doença do rato

Por Redação Doutíssima 04/07/2014

A leptospirose é uma doença infecciosa febril de início e que pode variar desde formas assintomáticas e subclínicas, podendo chegar a quadros clínicos graves, associados a manifestações fulminantes.

Causas da leptospirose

A leptospirose é também chamada de doença do rato, o que é explicado por sua origem. Em inundações e enchentes, a urina dos roedores se mistura à água da enxurrada e à lama. Quando há contato com esse material, a contaminação pode ocorrer, especialmente se a pessoa tiver algum ferimento na pele, como um corte ou arranhão.

leptospirose

Contaminação por leptospirose acontece através do contato com a urina de ratos. Foto: Shutterstock

A leptospirose pode ser dividida considerando as fases evolutivas da doença, como fase precoce (fase leptospirêmica) e a fase tardia (fase imune). Entender como ocorre cada uma delas e seus sintomas é importante para enfrentar a doença, bem como socorrer seu portador.

Socorro à leptospirose

Se a pessoa apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo, dias após entrar em contato com as águas de enchente ou esgoto, é preciso procure imediatamente uma unidade de saúde. O médico deve ser informado sobre este contato para poder diagnosticar e tratar de forma correta a leptospirose.

Entre as medidas de suporte à pessoa com leptospirose, podem ser usadas a reposição hidroeletrolítica, assistência cardiorrespiratória, transfusões de sangue e derivados, nutrição enteral ou parenteral, proteção gástrica, entre outras.

É imprescindível acompanhar o volume urinário e a função renal, objetivando indicar a instalação de diálise peritoneal precoce, reduzindo o dano renal e a letalidade da doença.

Tratamento da leptospirose

As chances de a leptospirose ser tratada aumenta quanto antes for instituído o tratamento, a fim de se evitar a evolução para quadros mais graves da doença, que exige internação hospitalar.

Deve-se incluir dentre os procedimentos cuidados com a hidratação, além do uso de antibióticos, entre os mais usuais a penicilina, e de medicamentos que aliviam os sintomas. Devem ser evitados medicamentos para leptospirose que contenham ácido acetilsalicílico, visto que aumentam o risco de sangramentos. A vacina, por enquanto, só está disponível para aplicação em animais.

Uma observação importante é que o medicamento doxiciclina não deve ser utilizada em crianças menores de 9 anos, ainda, em mulheres grávidas e em pacientes portadores de nefropatias ou hepatopatias.

Fase precoce da leptospirose

A fase precoce da leptospirose é caracterizada pela instalação abrupta de febre, geralmente acompanhada de cefaleia e mialgia, anorexia, náuseas e vômitos.

Ainda há casos em que ocorre diarreia, artralgia, hiperemia ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular e tosse. Esta fase tende a ser autolimitada, podendo regredir sem deixar sequelas entre 3 e 7 dias.

Fase tardia da leptospirose

Fase da leptospirose onde em torno de 15% dos pacientes evoluem para manifestações clínicas graves, frequentemente após a primeira semana de doença.

A manifestação mais clássica da leptospirose grave é a síndrome de Weil, cuja tríade é composta pela icterícia, insuficiência renal e hemorragias, mais frequentemente de origem pulmonar. A síndrome de hemorragia pulmonar corresponde a lesão pulmonar aguda e sangramento pulmonar maciço.

A icterícia é um sinal característico, possuindo uma tonalidade alaranjada muito intensa (icterícia rubínica) e, geralmente, aparece entre o 3º e o 7º dia da doença. Supõe um pior prognóstico, devido a sua associação com a síndrome de Weil, entretanto, os médicos não devem se basear unicamente na presença de icterícia para identificar pacientes com leptospirose ou com risco de complicações graves da doença.

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