Uma revista francesa, especializada em maternidade, gerou polêmica nas redes sociais ao postar uma enquete dizendo que no Brasil as mulheres optam pela cesariana para “proteger a vida sexual”. A publicação perguntou aos leitores se eles entendiam essa atitude, fazendo uma alusão à mulher brasileira que teme comprometer a sua vida sexual ao optar pelo parto normal. Entre os comentários, muitas francesas escreveram que achavam um absurdo esse tipo de argumento. Algumas brasileiras que participaram da enquete, argumentaram que no Brasil, geralmente, os médicos convencem a mulher a fazer a cesária, por ser mais cômodo e rentável para os profissionais.
Na contracorrente do que sugere a postagem da revista francesa, vem crescendo no Brasil o número de médicos e pais que optam pelo parto normal e que acreditam que essa é a melhor escolha para a saúde da mulher e do bebê. O Doutíssima listou várias informações para esclarecer os mitos do parto normal e te ajudar na escolha desse momento tão importante para você e seu pequeno.
Mas antes, é importante esclarecer que a cesariana surgiu como uma alternativa, uma solução em casos de complicação durante o parto normal. Assim, a primeira opção tanto de médicos como das próprias gestantes deveria ser sempre pelo nascimento natural do bebê. É claro que existem alguns casos em que a cesariana deve ser a opção imediata – e falaremos deles mais para frente, mas essas devem ser as exceções e não a regra.
Parto normal como primeira opção
Essa defesa tão veemente do parto normal tem uma série de motivos. O primeiro deles é o fato de a cesariana ser uma cirurgia das mais invasivas e, como tal, trazer consigo todos os riscos de um procedimento cirúrgico. Para dizer o mínimo, com um corte de lado a lado na barriga, a mulher fica muito mais vulnerável à contração de doenças infectocontagiosas. Além disso, como a recuperação é mais lenta, a nova mamãe deverá passar mais tempo no hospital, o que também aumenta as chances de ser infectada por algum tipo de bactéria.
Parto normal e a saúde da criança
Além dos motivos de saúde da mulher, existe também a saúde do neném. O esfregaço que a criança sofre passando pelas paredes da vagina da mãe não é somente um momento – supomos – desagradável para o bebê. Esse contato tem, pelo menos, duas funções muito importantes para os primeiros dias dessa pessoinha. Passando pela vagina da mãe, a criança recebe uma “injeção” de anticorpos, que serão extremamente úteis para que ela possa lidar bem com todos os microrganismos que cruzarão seu caminho nos primeiros dias, até ela começar a produzir seus próprios anticorpos.
A outra função do esfregaço tem a ver com a formação dos órgãos internos. A passagem pelo canal vaginal da mãe funciona como uma grande massagem por todo o corpo do bebê. Essa massagem é a responsável pela ativação dos órgãos internos, como pulmões e sistema digestivo, por exemplo. É como um recado que o corpo da criança recebe, dizendo que ela está nascendo e que, a partir de agora, seus pequenos órgãos terão muito trabalho pela frente, então está na hora de “acordarem”.
Quando o parto normal deixa de ser opção
Porém, mesmo com todos os motivos citados anteriormente, em alguns casos o médico e a gestante não conseguem evitar que uma cesariana seja realizada. Algumas situações (veja abaixo) pedem esse tipo de parto antes mesmo que o parto normal seja tentado. E aí, tudo bem! Como falamos no início deste texto, a cesariana surgiu como uma alternativa, para garantir que a nova mamãe permaneça e que o bebê nasça saudável.
Veja aqui os casos em que a cesárea deve ser feita:
- O bebê está sentado, em vez de estar de abeça para baixo
- Dilatação insuficiente do colo do útero
- A bacia da mãe é muito pequena e não dá passagem para a criança
- Quando há sofrimento fetal durante o trabalho de parto – a demora pode causar falta de oxigenação para a criança e, então, opta-se pela cesárea
- Descolamento prematuro da placenta, que causa hemorragias na mulher e falta de oxigenação para o bebê
- Encurtamento do cordão umbilical
- Eclâmpsia ou pré-eclâmpsia (acesso convulsivo da gestante em trabalho de parto)
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